Graça Morais e Júlio Pomar Inauguram Exposições no 2º Aniversário do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais em Bragança

Graça Morais e Júlio Pomar Inauguram Exposições no 2º Aniversário do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais em Bragança


Convite

A Câmara Municipal de Bragança convida V.ª Ex.ª para a inauguração da exposição Júlio Pomar - Uma Antologia e da nova exposição do acervo Graça Morais, Retratos e Auto-retratos, a realizar no próximo dia 30 de Junho, pelas 18h30, no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, que comemora o 2º aniversário.

Dia 1 de Julho, 18h00

Sessão de homenagem a Júlio Pomar, com intervenções de Laura Castro e Vasco Graça Moura, seguidas de momento musical por Pedro Caldeira Cabral

Júlio Pomar - Uma Antologia
30 de Junho a 17 de Outubro

Demarcada por períodos muito distintos, a obra de Júlio Pomar (Lisboa, 1926), um dos mais notáveis artistas do panorama da pintura portuguesa do século XX com amplo reconhecimento internacional, alicerça-se, desde as primeiras obras, numa estética de contínua experimentação. Embora a sua prática artística tenha na pintura a expressão fundadora, são frequentes as incursões a outras possibilidades compósitas na construção de uma obra que se estende a mais de seis décadas (…)

A presente exposição, organizada a partir de um discurso expositivo onde o critério cronológico é particularmente evidente, procura estabelecer, dentro das possibilidades do espaço arquitectónico do museu, o reencontro do espectador com cada um dos períodos, temas e obras mais marcantes da sua prolífica produção artística.

Comissariado: Jorge da Costa
Produção: Câmara Municipal de Bragança



Graça Morais - Retratos e Auto-Retratos
30 de Junho a 17 de Outubro

«Estranhas criaturas povoam a pintura de Graça Morais, mas são sempre figuras que dramaticamente se impõem num espaço plástico onde é difícil construir narrativas verbalizáveis, ou conotar com alguma espécie de naturalismo estas personagens que dir-se-ia pertencerem a um mundo onírico muito particular (…) Dando ao mundo um séquito de personagens que inventa, e que a inventam a ela, Graça Morais, como se estivesse a reabilitar um universo onde os loucos, os desprotegidos, os inocentes e as figuras de ficção naturalmente convivessem, mas olhando frontalmente para a vida que lhes foi conferida, reclamando o seu direito à existência plena, existência que prodigamente vai saindo das mãos da pintora.»

Cf. Sílvia Chicó
in ‘Graça Morais - Retratos e Auto-Retratos’, 2005



Centro de Arte Contemporânea Graça Morais
breve apresentação


O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, inaugurado em Junho de 2008, tem origem no protocolo celebrado em Fevereiro de 1999 entre os municípios de Bragança e Zamora.

Com uma forte aposta na cultura como factor de modernização e competitividade, o projecto foi desenhado com a perspectiva de estreitar relações culturais entre as duas cidades, tornando-as capazes de implementar o conceito de Pólo Cultural Transfronteiriço, integrando-as desse modo em roteiros nacionais e internacionais.


O projecto ganha consistência a 26 de Fevereiro de 2001, com a assinatura do protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Bragança e a Fundação de Serralves.

Em Outubro de 2002 é formalizada a sua candidatura ao programa INTERREG IIIA, com a designação de “Projecto Transmuseus(pdf)”, na qual se incluía a construção do Centro de Arte Contemporânea de Bragança, com um projecto do arquitecto Eduardo Souto Moura e a construção do Museu Baltasar Lobo [www.mbaltasarlobo.com], em Zamora, da autoria do arquitecto José Rafael Moneo.


Situado em pleno centro histórico da cidade, entre duas importantes artérias da cidade, a rua Abílio Beça e a Emídio Navarro e com vista privilegiada para a centenária Praça da Sé, o Centro de Arte ocupa um edifício do Séc. XVIII mandado edificar por Francisco Xavier da Veiga Cabral e adquirido posteriormente por José Sá Vargas. Em 1936, por testamento, o imóvel passa a propriedade da Santa Casa da Misericórdia, tendo sido adquirido em 1940, em hasta pública, pelo Banco de Portugal para aí instalar uma delegação que manteve em actividade até Março de 1993.

Em completo estado de abandono, e depois de um longo período de negociações, iniciadas em 1998, o edifício foi adquirido pela Câmara Municipal em 2002.


As obras de recuperação e adaptação do antigo solar e que dão corpo ao trabalho arquitectónico de Souto Moura tiveram inicio em Outubro de 2004 e prolongaram-se até Junho de 2008.

Resultante de decisão unânime tomada em Reunião de Câmara foi posteriormente atribuído ao equipamento o nome da pintora transmontana Graça Morais, firmado num protocolo de Cooperação e Contrato de Comodato, celebrado a 25 de Abril de 2007.


Os trabalhos de recuperação do edifício solarengo ou a ampliação do equipamento, denunciado pelo emaranhado da estrutura metálica, foram dando forma a um espaço arquitectónico de excelência, equipado com a mais moderna tecnologia.


Numa arquitectura, onde o branco é tom dominante e cada pormenor denuncia a assinatura do autor, ganham dimensão uma multiplicidade de espaços como a zona de recepção, a livraria, o bar/cafetaria, a esplanada, o jardim, sete salas dedicadas à obra da pintora Graça Morais, salas de serviço educativo, gabinetes de trabalho, sala de reuniões, galeria de exposições temporárias, balneários, oficinas, zona de recepção de obras, a reserva de colecção e a grande nave de exposições temporárias.
Em Junho de 2008 “Desenho e pintura 1982 – 2005” da colecção Graça Morais e “As cores não dizem nada”, de Gerardo Burmester foram os primeiros projectos artísticos a ocupar os espaços expositivos do Centro de Arte.

Em 2009 o Prémio Internacional de Arquitectura pela construção do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais em Bragança foi atribuído ao arquitecto Eduardo Souto de Moura pelo "The Chicago Athenaeum Museum of Architecture and Design", EUA, em parceria com o "The European Centre for Architecture and Urban Studies".

Director do CACGM - Jorge da Costa
Centro de Arte Contemporânea Graça Morais Rua Abílio Beça, 105 5300 – 011 Bragança
Contactos - telefone: (351) 273 302 410 | fax: (351) 273 202 416 | e-mail: centro.arte@cm-braganca.pt
Horários - De Terça-Feira a Domingo: Manhã: 10h00 - 12h30 Tarde: 14h00 - 18h30 Encerra à segunda-feira
Mapa no Google


Colectivas e Individuais no Espaço de Exposições Temporárias

Luís Melo
16 de Janeiro de 2010 a 30 de Março de 2010
Dono de um traço apurado, Luís Melo insere-se no grupo de artistas que, de um modo consciente, procurou, numa abordagem contemporânea, explorar [...]


João Cutileiro
Escultura, Desenho e Fotografia
24 de Outubro de 2009 a 10 de Janeiro de 2010
A fotografia, como o desenho, expressão [...]


Paula Rego
Na Colecção de Arte Manuel de Brito
30 de Junho de 2009 a 15 de Outubro de 2009
O desenho, mais do que a pintura, constitui a actividade dorsal no processo criativo de Paula Rego, artista que ocupa, pela singularidade da sua figuração pictórica, um lugar isolado no contexto artístico nacional e internacional.[...]


Arte Partilhada Millennium BCP
Um Século de Pintura Portuguesa
04 de Maio de 2009 a 25 de Junho de 2009
António Silva Porto, José Malhoa, José Júlio de Sousa Pinto, Columbano Bordalo Pinheiro, Eduardo Viana, Amadeo de Souza-Cardoso, Carlos Botelho, Dórdio Gomes, José de Almada Negreiros, Maria Helena Vieira da Silva, Joaquim rodrigo, João Hogan, [...]


Em Bragança - Apontamentos de Arte Contemporânea
Colectiva de Pintura, Desenho Escultura e Vídeo
15 de Março de 2009 a 05 de Maio de 2009
Francisco Vidal, Gabriel Abrantes, João Francisco, Martinho Costa, João Leonardo, Pedro Gomes e Samuel Rama


Na Colecção da Fundação de Serralves
Escultura Abstracta nas décadas de 1960-1970
12 de Dezembro de 2008 a 28 de Fevereiro de 2009
Armando Alves, Alfredo Queiroz Ribeiro, Ângelo de Sousa, Joaquim Vieira, João Machado, José Rodrigues e Zulmiro de Carvalho.


Gerardo Burmester
As cores não dizem nada
30 de Junho de 2008 a 31 de Outubro de 2008
Gerardo Burmester começa a apresentar o seu trabalho na segunda metade da década de 70, desenvolvendo várias acções performativas e configurando uma obra pictórica que associa referências neo-românticas à crítica irónica [...]


Exposições Anteriores no Espaço Graça Morais

Graça Morais - O Sagrado e Profano
Pintura e Desenho 1986/87
30 de Junho de 2009 a 10 de Janeiro de 2010
O confronto do profano com o sagrado torna-se aqui, pela subversão, a matéria principal onde a artista perspectiva, pelo desenho e pela pintura, distintas extensões da espiritualidade. Títulos como Sagrado e Profano, Erotismo e Morte, Sedução e Paixão [...]


Graça Morais - Segredos
Pintura e desenho – 2008
14 de Março de 2009 a 25 de Junho de 2009
O registo diarístico, onde a palavra ganha a mesma dimensão da pintura, confere ao mais recente trabalho de Graça Morais um carácter profundamente intimista. A habitual cosmologia de referência, adstrita à condição humana de um universo antigo e vincadamente [...]


Graça Morais - As Escolhidas
Pintura e desenho -1994
12 de Dezembro de 2008 a 28 de Fevereiro de 2009
A essas mulheres foi dado o nome de Escolhidas. Aparecendo na fadiga do quotidiano rural estampada em olhares mansamente dolorosos, são elas quem faz crescer as árvores e os filhos. Quem colhe os frutos e alimenta os animais. (…) Tal como se nos deparam [...]


Graça Morais
Desenho e Pintura 1982 – 2005
30 de Junho de 2008 a 31 de Outubro de 2008
A pintura e o desenho sempre se cruzaram na obra de Graça Morais. A representação da figura associa-se à expressão do gesto nas linhas do desenho ou na tintagem da aguarela que convertem cada trabalho em papel numa condensação do que será nas suas telas [...]


Recorte de imprensa do Mensageiro de Bragança online (Janeiro 2010)

Considerado dos maiores pintores portugueses, as obras de Júlio Pomar passarão por Bragança este ano, no verão, a convite de Graça Morais

O pintor português Júlio Pomar vai trazer as suas obras para expor em Bragança, no Centro de Arte Contemporânea, já neste verão. A escolha foi da artista Graça Morais, que assume ter com Júlio Pomar uma “relação de cumplicidade” de vários anos. De três em três meses, um artista ou uma colectiva expõe no Centro de Arte. Ao mesmo tempo, Graça Morais, artista residente, altera também o seu acervo, embora agora o faça apenas de seis em seis meses uma vez que se encontra em “franca produção”.

As escolhas são feitas pelo director do espaço cultural, em parceria com outros colaboradores, mas, todos os anos, há um artista que é escolha exclusiva de Graça Morais. Foi assim, no ano passado, com Paula Rego, será assim, neste verão, com a vinda de Júlio Pomar. Graça Morais irá preparar toda uma exposição relacionada com o acervo que o pintor trará a Bragança e que irá “relatar”, metaforicamente, a cumplicidade dos dois artistas. “Farei algo que tenha a ver com a nossa cumplicidade e com a nossa vivência”, contou Graça Morais ao Mensageiro. “Júlio Pomar é um pintor de alguma idade, continua a trabalhar imenso e é uma pessoa que admiro muito e de quem sou muito amiga”. Para a região transmontana esta será a “grande oportunidade” de ver de perto a obra daquele que é considerado um dos maiores pintores portugueses.

É algo que Graça Morais qualifica mesmo como “extraordinário”, não só para o Centro de Arte Contemporânea, mas para todo o país.

Júlio Pomar nasceu em Lisboa, em 1926, e com apenas oito anos de idade começou a frequentar aulas de desenho. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e as Escolas de Belas Artes de Lisboa e Porto e, em 1963, instalou-se em Paris.

Opositor do regime de Salazar, Júlio Pomar fez muitas vezes da arte um veículo de intervenção sócio-política. Uma das suas obras mais emblemáticas foi o mural que fez para a decoração do Cinema Batalha, no Porto, que foi mandado destruir pela polícia política poucos meses depois da abertura da sala ao público.

Anos mais tarde, Júlio Pomar afirmaria que foi Salazar que fez dele um pintor já que, foi por causa de algumas obras que se viu impedido de seguir a carreira de docente e, sem qualquer outro suporte financeiro, viu-se “obrigado” a viver da sua produção artística. A sua longa carreira leva, no entanto, a que a sua pintura seja hoje considerada como “transversal a todos os principais movimentos surgidos nos últimos sessenta anos”, sendo um dos artistas portugueses mais reconhecidos, com uma obra diversificada, desenvolvida ao longo de mais de 50 anos de trabalho.


Sem comentários:

Enviar um comentário