Graça Morais - Reviver o passado em Algés por Carlos Vaz Marques


A realidade tece-se muitas vezes de fios invisíveis. A exposição de Graça Morais no Centro de Arte Manuel de Brito, em Algés, é um exemplo de que frequentemente as coisas estão mais interligadas do que à partida poderíamos suspeitar. Antes de mais convém explicar que a mostra reúne mais de meia centena de obras da artista transmontana que o galerista Manuel de Brito coleccionou ao longo de mais de duas décadas.  O tempo correspondente à ligação em exclusividade entre Graça Morais e a Galeria 111. Foi «um longo casamento», como refere a pintora, sem que nunca tenha havido a necessidade de assinar papéis. Bastou a palavra dada, entre a artista e o marchand.

A história desta exposição – que estará patente ao público até 19 de Setembro – tem no entanto um recorte mais insólito. O facto de Graça Morais ter vivido em Algés, quando se mudou do norte para a área metropolitana de Lisboa é apenas uma das muitas coincidências a registar. Onde hoje está a colecção de arte de Manuel de Brito, ia a pintora – então professora de educação visual – levar a filha, ainda criança, para as aulas de ballet.

Algés ainda era um lugar triste e suburbano e Graça Morais ainda não conhecia Manuel de Brito, pelo que também ainda não tinha começado o seu trabalho de intermediária entre o marchand e o presidente da Câmara de Oeiras, no sentido de tornar o Palácio Anjos o pólo cultural que ele é hoje. O conhecimento de infância entre Graça e Isaltino veio a dar frutos, portanto.

Talvez tudo tivesse sido mais ou menos o que é sem estes acasos todos. Mas isso é algo que nunca o saberemos. É assim com as coincidências: havemos de ficar eternamente na dúvida quanto ao papel que lhes cabe para que as coisas sejam exactamente como são.

O que não é um acaso, seguramente, é a importância da pintura de Graça Morais nas artes plásticas portuguesas das últimas décadas. Um percurso que está à vista de todos no Palácio Anjos, em Algés, recuperado e dignificado como Centro de Arte Manuel de Brito.


Carlos Vaz Marques | Texto     Carmo Montanha | Fotografias *

Qual é a memória mais forte que guarda de Manuel de Brito?

A primeira e a última. A primeira memória forte que tenho dele tem a ver com a galeria que ele tinha no Porto, que no princípio se chamava Zen. Naquela altura as galerias eram muito poucas e as exposições na Zen eram sempre uma festa. Só tinham bons artistas. Um dia, o Fernando Pernes – que era o crítico de arte que escrevia os catálogos da galeria – foi à escola de Belas-Artes, que eu frequentava, escolher artistas novos para exporem na Zen. E escolheu-me a mim. Fiquei muito emocionada.

Foi a primeira galeria a sério onde viu exposto o seu trabalho?

Foi. Expus lá mas numa exposição colectiva. Para mim, foi altamente elogioso porque fiquei colocada entre um quadro da Vieira da Silva e um quadro da Lourdes Castro. Quando lá cheguei e vi aquilo disse: que boas madrinhas que eu tenho. O Manuel de Brito nem sabia quem eu era.

Lembra-se do quadro que levou para essa exposição?

Não me lembro. Acho que isto terá sido quando eu andava no quarto ou no quinto ano. Se foi no quinto era uma série de pinturas que eu nessa altura fazia sobre seda, com sobreposições. Eram umas experiências bastante atrevidas, até. O que eu hoje faço sobrepondo linhas nos desenhos, com carvão e com grafite, era feito com tecidos. Mas os tecidos também eram desenhados. Ainda guardei algumas dessas peças e quando fizer uma exposição com os meus primeiros trabalhos hei-de apresentar esses quadros.

Conheceu o Manuel de Brito nessa primeira exposição?

Devo ter conhecido mas nem ele me ligou muito nem eu me lembro dele. A figura do Manuel de Brito não me ficou marcada.

Quando é que ficou marcada na sua memória pela primeira vez, então?

Ficou-me marcada quando eu vim de Paris para Lisboa. Eu ia às inaugurações da Galeria 111 e pensava: esta era a única galeria onde eu gostava de expor. Um dia o Manuel de Brito disse-me que gostava de ver o meu trabalho. Eu tinha nessa altura um ateliê, meio águas-furtadas, na Rua de S. Paulo, e ele foi lá ver o meu trabalho. Com um ar muito sério disse-me: sabe, é que eu gostava muito de lhe fazer uma exposição. Eu respondi: fico muito contente porque a sua galeria é a única com a qual eu gostava de trabalhar cá em Lisboa.

Foi aí que nasceu a vossa colaboração?

Sim. Isto foi no início dos anos oitenta. Eu tinha vindo para Lisboa em 79. Estive muito tempo sem ateliê. Não conseguia arranjar nem casa nem ateliê. Foi muito dramática a minha vinda para Lisboa. Coincidiu com aquela altura em que não havia casas para alugar. Eu também não tinha dinheiro para comprar, era professora.

Começou por me dizer que as memórias mais fortes que tem do Manuel de Brito são as primeiras e as últimas. Qual é a última?

A última é de 2005. Já o Manuel de Brito estava doente. Ele arrastou um cancro durante uns anos e no verão de 2005 começou a ficar pior. Eu fui para Sines fazer uma residência artística durante três meses – que depois resultou na inauguração do Centro de Artes – e no dia da inauguração ele telefona-me (estava um dia chuvoso, esquisito) e diz-me: gostava tanto de estar consigo mas estou internado no hospital, não me sinto bem; no entanto estou muito feliz porque hoje os jornais falam todos de si; desejo-lhe muita sorte. Estava emocionado por não poder estar comigo na inauguração. Foi a última vez que falei com ele. Fiquei-lhe muito grata por ele ter tido aquela atenção. Estava tão mal no hospital e telefonou-me. Não fui eu que lhe liguei, foi ele que me ligou a mim.

Que importância teve para si a relação de trabalho que manteve durante tanto tempo com o Manuel de Brito?

Foi fundamental. Eu nunca quis ter uma relação directa com o comprador de arte. Vender os meus quadros, no princípio, era muito difícil para mim. Aos amigos tinha sempre dificuldade de fazer preço porque apetecia-me oferecer. Ofereci muitos quadros que agora até já aparecem em leilões. São de pessoas que se calhar estão a precisar de dinheiro.

Quando vê aparecer num leilão um quadro que ofereceu sente-se magoada?

Ainda agora apareceram vários. Todos oferecidos.

Isso magoa-a?

Não. Começo a pensar que as pessoas estarão a aproveitar porque julgam que vão ganhar dinheiro. Mas geralmente são pessoas que precisam do dinheiro. Por isso, o que eu digo é: olha, ainda bem. A pintura também serve para isso.

Estava a dizer que percebeu cedo que não lhe era fácil ter uma relação directa com quem ia comprar os seus quadros.

Sim, não tinha paciência. Quando vim de Paris e tentei começar a entrar no mercado da arte, irritava-me bastante quando as pessoas iam ao ateliê e hesitavam muito. Depois tinha de vir a mulher e depois a sogra e eu a pensar: agora só falta o gato para ver se também gosta do quadro. Era sempre tudo tão difícil. Eu não tinha jeito nenhum para aquilo.

O Manuel de Brito foi portanto o seu primeiro marchand.

Foi o primeiro e o único. E o nosso acordo foi verbal. Entretanto, fui para Trás-os-Montes durante dois anos fazer aquele meu grande mergulho no meu interior e nas serras. Em 83 apresentei esse trabalho na Galeria 111. Foi a primeira exposição que fiz lá. Foi um trabalho que teve imenso sucesso, tanto comercial como de público.

A importância do Manuel de Brito no seu percurso foi apenas de ordem comercial, enquanto marchand, ou o olhar dele enquanto apreciador de pintura também foi de algum modo importante para si?

Com o Manuel de Brito nunca havia muito diálogo sobre aquilo de que ele gostava e não gostava. Raramente ele se exprimia dessa maneira. Sei que dizia muito bem de mim nas minhas costas. Discretamente, como um bom comerciante. Não devia querer elogiar-me de forma directa porque isso podia estragar a artista.

E se calhar porque isso podia fazê-la querer ver aumentada a sua cotação.

Eu podia começar a exigir, não é? Ele chamava-me «mestra» e eu brincava com ele porque normalmente chama-se mestras às costureiras.

Não falavam de pintura?

Não. Nunca se falava de pintura. Eu acho que o Manel era um homem muito intuitivo mas não era um homem conhecedor. Agora, a intuição levava-o a perceber onde é que estava a qualidade.

Era uma intuição exclusivamente comercial ou era também uma intuição artística?

Era também artística. Só que era uma intuição que não se baseava em conhecimentos que se adquirem quando a pessoa estuda. Ele além de ser intuitivo era inteligente ao ponto de se aconselhar bem. À volta dele estavam os grandes críticos de arte, na altura: um Rui Mário Gonçalves, um Fernando Azevedo, um Fernando Pernes, se calhar também o José Augusto França. Quando pegava num artista ele já tinha ouvido muita coisa sobre esse artista.

Como é que o Manuel de Brito juntou as peças da sua obra de que se tornou proprietário?

Isso é uma pergunta a que a Arlete [Alves da Silva], a viúva dele, sabe responder melhor do que eu.

Mas a Graça deve saber como é que ele ficou com os seus quadros que agora estão expostos em Algés.

Às vezes. Outras vezes não sabia. Ele às vezes dizia-me que ficou com grandes quadros de muitos pintores porque havia reservas, durante a exposição, e depois havia clientes que não iam buscar esses quadros. Sempre houve gente que se entusiasmava na inauguração e que depois desistia. Às vezes era só para fazerem um brilharete. Noutros casos era por razões mais dramáticas. Lembro-me do caso de um senhor cujo filho teve um grande problema de saúde, teve de ser operado e o dinheiro que era para ser para o quadro foi para isso.

Quer dizer que a Graça não foi acompanhando o modo como o Manuel de Brito foi ficando com obras suas?

Às vezes acompanhava. Por vezes eu sabia que ele queria um quadro. Nós montávamos a exposição e geralmente ele escolhia um para ele e eu escolhia um para mim. Eu queria sempre um para mim, o que ao mesmo tempo lhe desagradava porque ele achava que os quadros que ficavam expostos tinham de ser todos para venda. Mas sempre tive dificuldade de me separar de alguns quadros. Sobretudo de séries. Lembro-me de uma exposição que fiz em 2002 e em que havia um quadro grande – que depois foi capa do livro «Geografias da Alma» - que eu pintei no dia em que o Fernando Azevedo morreu. Foi uma espécie de homenagem e por isso tinha uma ligação tão forte àquele quadro que não me queria desfazer dele. Disse: este quadro tem de ser para mim. E recordo-me que na inauguração - na altura o Presidente da República era Jorge Sampaio – o Manuel de Brito fez queixa de mim ao Presidente. Por eu não ter querido vender aquele quadro que ele considerava importante para a colecção Manuel de Brito. E eu respondi-lhe: olhe, também é importante para mim. Nem eu sabia que havia de ter um espaço em Bragança [o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais] onde o quadro agora está.

Acontece-lhe com frequência ficar com uma ligação sentimental forte aos quadros que pinta?

Acontece. Ainda ontem vi uma fotografia de um quadro meu numa vitrina, lá em Algés, no Centro Manuel de Brito, e perguntei para mim própria: mas porque é que eu vendi este quadro? Foi um quadro vendido pela Arlete na feira de arte, que eu considero muito importante para mim, mas numa altura em que não estava em condições que me permitissem não o vender, porque estava a precisar de dinheiro.

Os seus quadros na colecção Manuel de Brito fazem uma boa panorâmica do seu percurso artístico?

Sabe, eu própria fiquei surpreendida ao entrar na exposição, porque há ali quadros que já não via há muitos anos. Um ou outro nem sabia que eram dele. O núcleo mais forte é o núcleo que tem a ver com a minha experiência em Cabo Verde. Acho que estou muito bem representada quanto à exposição que fiz em 1987, com três quadros que considero bastante bons. Da série «Terra Quente – O Fim do Milénio» também há uma tela que eu considero bastante boa. De «As Escolhidas» há um retrato da minha mãe. É curioso: ele queria sempre comprar os retratos que eu fazia da minha mãe.

Alguma vez percebeu porquê?

Porque ele sabia que eu adorava a minha mãe e porque devia projectar-se um pouco nisso. O Manuel de Brito era um homem muito afectuoso. Era um homem muito negociante, às vezes muito frio…

Inclusive com os artistas?

Sim, sim. Quando se falava de tratar friamente de dinheiros e dessas coisas ele era um homem muito controlado. Mas depois gostava da festa, de almoços, de jantares e pagava sempre tudo. Era muito generoso, nisso. Há marchands que são uns unhas-de-fome. Ele não, era um homem realmente generoso.

O que é que a surpreendeu mais ao ver a exposição das suas obras que fazem parte da colecção Manuel de Brito?

Encontrei uma série de pequeninos desenhos, que são os desenhos mais eróticos que eu fiz. Fi-los em 86 ou 87.

Já não se lembrava deles?

Já não me lembrava. O Manel ficou com eles todos. São muito pequeninos. Devem ter estado guardados numa pasta. São desenhos que, para muita gente, vão ser uma surpresa. É uma fase muito ligada ao corpo, ao erotismo, às proibições. No fim de ver a exposição, eu senti que aquela exposição é realmente, de certo modo, a minha vida como pintora. Não estando lá muita coisa – porque é uma exposição antológica mas não é uma retrospectiva intensiva, evidentemente – representa uma história que eu tive com um espaço simultaneamente cultural e económico, com um casal – o Manuel de Brito e a Arlete – que teve a ver com o meu crescimento como artista. Esta relação com um galerista com uma tão grande permanência e fidelidade é de uma importância enorme. Acho fundamental na minha vida que se faça esta exposição. É a minha história como artista que está ali contada, condensada e com picos muito altos da minha pintura. Foi um casamento longo.

O que é que teria sido diferente no seu percurso se não se tivesse cruzado com Manuel de Brito?

É difícil dizer. Ao mesmo tempo, este vínculo de exclusividade, que foi sempre apenas verbal, também me limitou e me impediu de expor noutras galerias que também podiam ter-me beneficiado como artista. Eu tinha consciência de que, ao expor sempre na mesma galeria, tinha por um lado uma ligação mais confortável mas ao mesmo tempo também limitativa.

Um Centro de Arte como este, a partir do espólio de um marchand, é um caso raro se não mesmo inédito, em Portugal.

Eu acho que este caso é único. Há galeristas com grandes colecções mas julgo que o Manuel de Brito foi o galerista que coleccionou mais obras de artistas fundamentais na arte portuguesa. Ele tem uma colecção notável de obras da Paula Rego, da Menez, do Pomar, do António Dacosta, da Lourdes Castro… É de facto um espólio notável. Porque o Manuel de Brito era um grande comerciante mas também era um homem que gostava de ter pintura. Ao coleccionar ele tinha de ser um amante da pintura, senão não coleccionava tanto. Não acho que ele tivesse a percepção de alguns artistas virem a valorizar-se como se valorizaram. Nunca ele pensou que a Paula Rego viesse a valer o que vale hoje. Mais que por investimento, acreditava naquele artista.

O Palácio Anjos parece-lhe um espaço adequado para aquele acervo?

Acho a recuperação bem pensada. Eu conheci aquilo antes de ser este centro de artes. Vivi em Algés no princípio dos anos oitenta e lembro-me de levar a minha filha às aulas de ballet no Palácio Anjos. E dei aulas em frente ao Palácio Anjos, onde hoje é a biblioteca: no Palácio Ribamar. Dantes era a escola preparatória de Algés. Quando vim para Lisboa fui colocada nessa escola. Era uma escola péssima, com umas condições péssimas. Sofri imenso ao dar ali aulas. Penso que agora aquilo é um local muito agradável, porque até tem um jardim. Reparei que havia muitos velhos a jogar cartas, numa espécie de cabana protectora, com vidro. São pequeninas coisas mas que mostram uma grande humanização daquele espaço. É um melhoramento notável.

Quer dizer que não tem grandes saudades do período da sua vida ligado a Algés.

Não. Foi o período mais triste da minha vida. Eu também vivia numa casa muito pequenina. Foram tempos muito difíceis. Ainda há dias lá passei e fiquei muito angustiada.

Voltar a Algés ainda a perturba?

Lembra-me esse passado; esse início. Eu vivi em Guimarães, que é uma cidade lindíssima, com uma qualidade paisagística maravilhosa. Fui muito feliz em Guimarães: dei aulas lá, a minha filha nasceu lá e deixei lá muitos amigos. Realmente, como é importante viver num ambiente com casas bonitas, com jardins! E aqui, naquele tempo, Algés era tão triste. Aquilo tinha muito um ar de subúrbio. Agora está muito melhor. É um esforço de qualidade que há que reconhecer ao Isaltino.

Isaltino Morais que foi seu colega de escola na infância, tanto quanto sei.

Não foi bem meu colega. Ele andava no mesmo colégio onde andavam os meus irmãos: no Colégio S. João de Brito, em Bragança. Lembro-me dele desse tempo. Ele é mais novo do que eu talvez uns dois anos mas é meu contemporâneo.

Quando o conheceu na infância já detectou nele sinais do futuro político?

Não. Era um rapazinho inocente e que passava despercebido. Há muitos jovens que nós encontramos no liceu, de quem não se adivinha o futuro.

Ele não demonstrava já nessa altura interesse pela política?

Não. Era muito cedo. A mim é que já me chamavam a pintora. Era uma coisa que já nasceu comigo e por isso eu passava o tempo a pintar nas aulas. Quando havia aqueles desfiles alegóricos também era eu que pintava. Quando havia teatro… quem é que vai fazer os cenários? É a Graça. Eu pintava mais do que estudava. Mas entre os rapazes não sabíamos bem o que se passava. Nessa altura, sabe, as raparigas entravam por um lado e os rapazes por outro. Não havia grandes misturas. Eu só estudei numa turma com rapazes já no meu sexto ano. Até ao quinto ano estive sempre numa turma só de meninas.

Manteve contacto com Isaltino Morais, depois desse período escolar?

Estivemos muitos anos sem nos vermos. Voltei a encontrá-lo já ele era presidente da Câmara. Lembro-me de o encontrar numa cerimónia qualquer, não sei aonde, e de nos termos lembrado um do outro. Depois, eu fui de certo modo intermediária – ele pediu-me muito – para convencer o Manuel de Brito a levar a colecção dele para Algés.

Quer dizer que o Centro de Arte Manuel de Brito também existe um pouco por sua causa?

Não é que exista por isso. Com certeza que se eles não quisessem não existia. Mas recordo-me do Isaltino me dizer: vê se convences o Manuel de Brito a trazer a colecção para Algés. Porque o Manuel de Brito queria pô-la ao pé da galeria dele, no Campo Grande. E eu sempre que estava com o Manuel dizia: aquele palácio é tão bonito, o Isaltino tem tanta vontade de fazer aquilo; e além disso o Manuel vive ali no Dafundo; tudo tem a sua lógica e é bom que uma colecção como a sua possa ser vista não em Lisboa mas aqui ao lado de Lisboa.

Parece-lhe que ele terá sido sensível a esses seus argumentos?

Acho que sim.

O Centro só nasceu já depois da morte do Manuel de Brito.

Mas já estava tudo assinado. As decisões foram tomadas muito antes. Eu sempre que estava com o Manuel insistia com ele, agora se ele não quisesse não era por mim que aceitaria, claro.


* Publicada in Oeiras em Revista Verão.Summer´10 | Edição nº103, bilíngue | A Dois, páginas 10 a 19

*  Fotografias/Imagens Arquivo da artista Graça Morais | Todos os direitos reservados Copyright © 2010
*  Fotografias de Obras via CAMB



CAMB - Centro de Arte Manuel de Brito
Palácio Anjos Algés - Alameda Hermano Patrone, 1495-064 Algés
Tel. 21 4111400 camb@cm-oeiras.pt
De Terça a Domingo 11h30 às 18h00
Última Sexta de cada mês das 11h30 às 24h00

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