Obra "A sibila"é pretexto para celebrar Agustina


O 55.º aniversário da edição do romance "A sibila" é motivo para celebrar a escritora Agustina Bessa-Luís com um ciclo de quatro conversas sobre o seu universo literário, na FNAC do Chiado, em Lisboa. A primeira é hoje, segundaferia, às 18.30 horas.

"Agustina é um desígnio nacional" (ADN) é o mote destas iniciativas. "As artes de Agustina" é o título da primeira conversa, que conta com a participação da pintora Graça Morais, o cineasta João Botelho e da filha da autora, a pintora Mónica Baldaque.

Segundo nota da Guimarães Editores, que chancela os livros da escritora, Agustina "criou uma galáxia de personagens e lugares, de emoções e sensações, de ímpetos e desejos que a tornam única".

A ideia que norteia o primeiro debate é a "plasticidade" da obra de Agustina Bessa-Luís, que, fascinada pelo pintor holandês Rembrandt, escreveu "A ronda da noite", a cumplicidade com a pintora Vieira da Silva, que levou à publicação de "Longos dias têm cem anos", além do interesse que despertou em cineastas como Manoel de Oliveira e João Botelho. "Agustina 'dá a ver' através da escrita", lê-se no mesmo documento.

No dia seguinte, à mesma hora, a conversa gira em torno da galeria de personagens, masculinas e femininas, de Agustina, que, segundo a Guimarães, "rivaliza com as de Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós". Nesta conversa, participam os escritores Patrícia Reis, Inês Pedrosa e Francisco José Viegas.

Depois de amanhã, os escritores Lídia Jorge, Filipa Melo e Miguel Real, sob a moderação de Helena Vasconcelos, falam sobre "Agustina e as relações de poder".

Nos romances de Agustina, segundo a Guimarães, "nada é pacífico", havendo "inúmeras batalhas nos seus livros".

Entre as suas obras, a Guimarães Editores refere o fascínio por políticos como o Marquês de Pombal, em "Sebastião José", ou Francisco de Sá Carneiro, em "Os meninos de oiro".

O ciclo encerra no sábado, com a quarta conversa, desta feita, em torno de "Os aforismos de Agustina" e com a participação do escritor Pedro Mexia, a ensaísta Maria Helena Padrão e o cronista José Manuel dos Santos.

Agustina Bessa-Luís, de 87 anos, estreou-se na ficção em 1942, com "Mundo fechado", tendo, desde então, publicado dezenas títulos, desde ficção, biografias, ensaios, literatura de viagens e teatro até literatura juvenil, que lhe valeram vários prémios nacionais e internacionais, designadamente o Prémio Camões, em 2004.


Ler também: As Metarmofoses

«As Metarmofoses - um livro a duas mãos de Agustina Bessa-Luís e Graça Morais - é um projecto, nascido de outro...que não foi avante. Esse outro visava assinalar o cinquentenário da 1ªedição de A Sibila (1954) , e foi a própria Agustina a contactar Graça Morais, convidando-a a ilustrar a nova edição.»

Maria Agustina Bessa Luís - Portuguese writer

born Oct. 15, 1922, Vila Meã, Port.

novelist and short-story writer whose fiction diverged from the predominantly neorealistic regionalism of mid-20th-century Portuguese literature to incorporate elements of surrealism.

The best-known of Bessa Luís’s early novels is A Sibila (1954; “The Sibyl”), which won the Eça de Queirós prize and in which the boundary between physical, psychological, and ironic reality is tenuous and the characters gain an almost mythic quality. In Bessa Luís’s fiction, notions of time and space become vague, and planes of reality flow together, dimming the sense of a logical order of events. Her prose has been called “metaphysical” and “ultra-psychological,” and the influence of Marcel Proust and Franz Kafka may be distinguished in the fictional worlds she created.

Other well-known novels of Bessa Luís include Os incuráveis (1956; “The Incurables”), A muralha (1957; “The Stone Wall”), O susto (1958; “The Fright”), O manto (1961; “The Mantle”), and O sermão de fogo (1963; “The Sermon of Fire”). She remained a prolific novelist through the turn of the 21st century, and in 2004 she received the Camões Prize, the most prestigious prize for literature in Portuguese.



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