Tempo de Cerejas e Papoilas, Trás-os-Montes 2011






R E T O R N O

Antes ou depois?
Sempre.
Através da particular maneira de olhar que Graça Morais nos revela nos presentes trabalhos, percebe-se, diria mesmo descobre-se, o tempo subjacente a toda a sua obra.
Tempo humano, sem dúvida, nem há tempo que o não seja.
O tempo da consciência do tempo, que exprime nas suas figuras agarradas à terra como se nunca tivessem sido crianças, como se nunca se tivessem erguido noutros espaços que os do silêncio e do esforço. Nas suas origens e nos seus destinos está a terra, estão os profundos mistérios da terra. Os que permanecem ocultos e os que se manifestam aos nossos olhos, os que vamos destruindo com esforço, para renascerem mais longe ou mais tarde, e os que julgamos estimular e enobrecer, sem nos apercebermos, em ambos os casos, da sua verdadeira grandeza.
Nos presentes trabalhos de Graça Morais, é como se a consciência da condição humana e a inquietação que a acompanha, tivessem cedido perante as forças da terra, e a visão universal subjacente em toda a sua obra se libertasse e afirmasse, sobrepondo-se ao esforço e ao tempo dos homens, revelando-se na sua perenidade de que só reconhecemos as formas com as quais somos capazes de conviver, como quando nos inebriamos com a cor das papoilas ou das cerejas.
Nessas experiências de euforia o olhar desvia-se das figuras suspensas entre as origens e os destinos que nos vinculam à terra, manifestações idênticas e ininterruptas de uma continuidade em que participamos com uma inquieta e insegura consciência.
E esse breve desvio do olhar, exprime-o Graça Morais na euforia assumida da cor, na libertação dos impulsos indestrinçáveis, na exuberância da vida que se expande na terra, incontrolável na sua perenidade.
Nem antes nem depois.
Na obra de Graça Morais estão sempre presentes e plenas de vigor as forças da terra a que pertencemos.

                                                                                           Júlio Moreira, 17 de Setembro de 2011


Graça Morais nasce a 17 de Março de 1948 em Vieiro, Trás-os-Montes, distrito de Bragança. Vive e trabalha em Lisboa e Freixiel. Licenciada em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto no ano de 1971. Desde 1974 até 2009 realiza e participa numa centena de exposições individuais e colectivas, dentro e fora do País. Destacando no ano de 2009 a exposição ‘Anos 70 Atravessar Fronteiras’, no CAM - Fundação Calouste Gulbenkian e "A Máscara e o Tempo" na Galeria Ratton.

Em 2008 foi inaugurado o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais em Bragança, exposições em permanência de obras da Artista, representativas das várias séries entre 1982 e 2011. Graça Morais está representada em várias colecções privadas e públicas: Millennium BCP, Culturgest, Fundação Luso-Americana, Ministério da Cultura – Museu de Serralves, Ministério das Finanças, C.A.M. – Fundação Calouste Gulbenkian, Colecção Manuel de Brito, Fundação Paço D'Arcos, entre outras.

Na obra da artista destacam-se intervenções de Arte Pública, em painéis de azulejos, com produção da Galeria Ratton, no Edifício sede da Caixa Geral de Depósitos (em Lisboa), na Estação de Bielorrússia do Metropolitano de Moscovo, na Estação Ferroviária do Fogueteiro (Seixal), na Estação de Metropolitano da Amadora – Falagueira, no Mercado Municipal de Bragança, na Biblioteca Municipal de Carrazeda de Ansiães, na Caixa de Crédito Agrícola de Bragança, no Teatro Municipal de Bragança, nas Escolas Monsenhor Jerónimo do Amaral, Vila Real e na Escola Miguel Torga em Bragança. Destacam-se ainda os painéis em azulejo no Viaduto de Rinchoa/Rio de Mouro, no Centro de Astrofísica e Planetário do Porto e na Central Hidroeléctrica de Vilar de Frades (Vieira do Minho).

A exposição "Tempo de Cerejas e Papoilas . Trás-os-Montes 2011" da pintora Graça Morais que a Galeria Ratton inaugura no próximo dia 23 de Setembro de 2011 às 15h, apresenta um conjunto de novos trabalhos de pintura, desenho e azulejo. A exposição está integrada na homenagem que a Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro (CTMAD) presta neste ano 2011 à Pintora por ocasião da comemoração do 106º aniversário da CTMAD. A temática da exposição surge na sequência de um importante painel de azulejo de produção Ratton, que irá ser colocado na entrada da TECSAM - Clínica de Hemodiálise / Unidade de Cuidados Continuados em Mirandela, no final desta exposição.

Comissários: Ana Viegas e Tiago Monte Pegado

Mini Entrevista por Helena Esteves (RTP - 2011-09-23)


Exposição de Graça Morais patente ao público na Galeria Ratton, de 23 de Setembro a 11 de Novembro.


Galeria Ratton Cerâmicas
Segunda a Sexta 10h - 13h30 (Horário escritório)
Segunda a Sexta 15h – 19h30 (Abertura ao público)
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