tag:blogger.com,1999:blog-116078052024-03-07T04:23:06.487ZGraça MoraisEste espaço pretende dar a conhecer a artista plástica Graça Morais por meio da pintura, de pequenos excertos de filmes, entrevistas. Aqui estará presente um expressivo número de obras de um dos maiores nomes da pintura portuguesa actual.Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.comBlogger184125tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-72839916639677819722016-05-24T21:52:00.000+01:002016-05-24T21:52:07.723+01:00"O Rosto do Medo" é a mais recente exposição de Graça Morais <div>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/RlAVp1wMq2Q?rel=0" width="560"></iframe><br />
Extracto de As Horas Extraordinárias com Teresa Nicolau, 19 de Maio 2016.<br />
A nova exposição da pintora está patente na Galeria Ratton, em Lisboa, até 29 Julho.<br />
A pintora Graça Morais questiona o destino do planeta perante as imagens de caos e desumanidade.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/7Xxcso7eG8A?rel=0" width="560"></iframe><br />
Filmado a partir da Galeria Ratton, onde estão expostas as obras de Graça Morais, exposição intitulada o Rosto do Medo, até 29 de Julho<br />
19 Maio 2016, RTP<br />
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Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-87575203043449304802016-05-21T21:20:00.000+01:002016-05-24T22:03:03.675+01:00O Rosto do Medo<div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvQb06AQg1FYoPLWoJZ6lLtVSk9d-zkcH2FpsxXK7bvfKZX4dO6M1CuWm7kkMyGiLLYIInJ2UmdbWtD_UiZ06iubJp30ILmjpGR0MJEYJVEMaMK0M1bgltt-l86k00-7g2beNB/s1600/Visa%25CC%2583o+GM+19+maio+2016.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvQb06AQg1FYoPLWoJZ6lLtVSk9d-zkcH2FpsxXK7bvfKZX4dO6M1CuWm7kkMyGiLLYIInJ2UmdbWtD_UiZ06iubJp30ILmjpGR0MJEYJVEMaMK0M1bgltt-l86k00-7g2beNB/s640/Visa%25CC%2583o+GM+19+maio+2016.png" /></a></div>
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<i>Por Sílvia Souto Cunha</i><br />
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Pinturas, desenhos, trabalhos em azulejo, contaminados pela realidade que todos contemplamos diariamente em jornais e televisões, eis a produção recente de Graça Morais, agora apresentada numa galeria cúmplice.<br />
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Guerras, refugiados, incerteza, violências várias, uma espécie de realidade expressionista, por assim dizer, são os temas com que a pintora se confrontou, assumindo uma postura cívica de não virar a cara - que, adivinha-se, estende até à folha de papel.<br />
<br />
Veja-se o perturbador desenho a tinta da china, datado já deste ano, em que uma mulher tapa um dos olhos mas continua a ver a violência exercida por uma figura masculina, manápula em torno de uma ave indefesa.<br />
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A exposição O Rosto do Medo apresenta-se como um quase- manifesto, “um apelo à força e energia do Homem perante todos os desafios”. A mensagem é passada através de sete desenhos de pequena dimensão,11 pinturas (alternando acrílico, pastel, tinta-da-china, e carvão sobre papel) e ainda um conjunto de azulejos.<br />
<br />
Em suma, todos os media familiares à artista, que não tem abdicado de uma visão lúcida sobre o mundo, mesmo quando este é observado a partir de geografias domésticas ou desses corpos de mulheres-medeias ou mulheres- -meninas. Entre a identidade mais chã e a desumanização contemporânea, a artista renova, aqui, a sua militância.<br />
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<i>in</i> Visão Nº1211 (suplemento), de 19 de Maio a 25 de Maio de 2016 (Edição em papel)<br />
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Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-19410286776183952792016-05-20T20:57:00.000+01:002016-05-24T21:00:36.861+01:00Graça Morais: "Pinto com o coração na mão e na cabeça"<div><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUxSOR_IL3vnuMeEV-J0rNfKqtw-7KeNlBcsbCHmN3V2ZW2AwsqCwx4dqlnv1O3FyDGvjIKZt0rRRxmyslwyjbRMy49usWeD-74UMX-UgcoDKYrFBtCu-w42DUb6zfTdeoqUyC/s1600/ng6808877.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUxSOR_IL3vnuMeEV-J0rNfKqtw-7KeNlBcsbCHmN3V2ZW2AwsqCwx4dqlnv1O3FyDGvjIKZt0rRRxmyslwyjbRMy49usWeD-74UMX-UgcoDKYrFBtCu-w42DUb6zfTdeoqUyC/s400/ng6808877.JPG" width="400" /></a></i></div><div style="text-align: center;"><i>Graça Morais </i>| <i>Jorge Amaral/Global Imagens</i></div><br />
<i>Entrevista por Mariana Pereira</i><br />
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<b>"O Rosto do Medo", que inaugura hoje na galeria Ratton, mostra as figuras dos nossos dias a caírem e a levantarem-se. A gente comum, os que a crise abalou, os refugiados, as mulheres maltratadas</b><br />
<br />
<b>Onde começa uma exposição como O Rosto do Medo? Com um desenho, uma ideia, uma fixação?</b><br />
<br />
Comecei a fazer estes desenhos, os mais pequenos, no verão de 2015. Fi-los porque estava a precisar muito de os fazer. Foi uma altura em que eu estava a viver uma situação muito difícil, estava com pessoas muito perto de mim, familiares, muito doentes; e ao mesmo tempo via e lia todos os dias notícias sobre os refugiados. Houve um conjunto de situações que me angustiaram muito. Tive necessidade de as escrever, de as desenhar, e sobretudo de as pintar.<br />
<br />
<b>Encontrou uma afinidade maior entre estas situações tão díspares: acompanhar alguém doente, e ter de deixar tudo para trás?</b><br />
<br />
Eu acho que o sofrimento pessoal torna-se num sofrimento universal quando estamos em sintonia com o que se passa à nossa volta. Estes não são desenhos ilustrativos, mas são imagens de rostos em sofrimento, de angústia, e alguns de verdadeiro medo. Quando estamos a viver situações muito dolorosas entendemos melhor a situação de outros seres humanos. Quando as coisas todas correm bem, às vezes tornamo-nos egoístas. Às vezes tendemos a tapar a cara e não ver.<br />
<br />
<b>Como naqueles seus dois quadros em que a mulher tapa metade da cara com a mão.</b><br />
<br />
Quando nós temos consciência das situações, ainda só tapamos metade da cara. Quando estou em casa, a ver o telejornal, acontece-me estar a comer, parar e dizer: "Que horror, a que é que estou a assistir?" Mas tornamo-nos insensíveis e continuamos a comer. Essa imagem de tapar só meia cara é a imagem de ver com um olho e com o outro esquecer o que se está a ver.<br />
<br />
<b>No momento de pintar não há mãos a tapar?</b><br />
<br />
Não. O momento de pintar é de grande lucidez e de grande relação com o mistério. Isto é o meu testemunho durante os últimos meses do ano passado, e deste ano. O país estava a viver uma austeridade terrível. Todos nós sofremos. O que eu sentia era que à minha volta havia uma tristeza colectiva. Neste momento, felizmente, acho que estamos a viver um período de maior optimismo, maior esperança.<br />
<br />
<b>Estes quadros parecem trazer ainda a violência que provoca o sofrimento ou o medo. É assim?</b><br />
<br />
Sobretudo a violência naquelas figuras de mulheres. No ano passado, abríamos os jornais, as televisões, e houve um período trágico, muitas mulheres no nosso país foram maltratadas e assassinadas.<br />
<br />
<b>Há ali uma mulher de cabeça baixa, com asas.</b><br />
<br />
Sim, que está a chorar. Os anjos também choram. Nós vivemos rodeados de pessoas que são anjos e outras que são verdadeiros diabos.<br />
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<b>As mãos vermelhas num dos quadros são de vítima ou de agressor?</b><br />
<br />
Aquelas mãos são mãos de uma vítima. Nem tudo aparece de forma consciente. Quando desenho ou pinto obedeço a uma necessidade muito forte, mas não sei explicar tudo o que faço.<br />
<br />
<b>Estas figuras vêm-lhe do que viu em Trás os Montes, ao crescer?</b><br />
<br />
Estas três figuras que estão ali são mulheres do mundo rural. E são mulheres que, ao longo da minha vida - e agora começo a ter quase a idade delas -, viveram uma vida com uma grande resignação, mas também com um grande sofrimento. O modelo de virtude delas era a figura da Mater Dolorosa, a mãe de Jesus. São mulheres muito pacificadas, não revoltadas.<br />
<br />
<b>Via-as na rua e sabia o que se passava nas suas casas?</b><br />
<br />
Vi-as na rua e na luta que elas faziam. A grande concentração dos sentimentos delas é em relação aos filhos, o prolongamento delas próprias, e pelos filhos elas fazem todos os sacrifícios.<br />
<br />
<b>Sendo mulher, como se está, por um lado, com um pé na vida e, por outro, na distância suficiente para representar tudo isso?</b><br />
<br />
Acho que nós, as mulheres, porque somos mães, e sabemos gerar um ser humano, conseguimos estar profundamente ligadas ao universo através de um ser humano, que são os nossos filhos, mas também de outras pessoas que sentimos como se nos pertencessem. Nestas situações de grandes dramas, repare que quem vem muitas vezes para a frente revoltada e a falar é a mulher. As mulheres gritam, são corajosas, os homens são corajosos de outra maneira. Mas a mulher tem o coração junto da boca.<br />
<br />
<b>Pinta com o coração na boca?</b><br />
<br />
Pinto com o coração na mão e na cabeça.<br />
<br />
<b>E então o que tem a dizer fica dito.</b><br />
<br />
Sim. Não sei explicar por que é que chego a uma altura e digo: Não consigo fazer mais e já fiz o melhor que pude. Parece que é um anjo que me pega na mão e diz: Agora já chega, já acabaste. Quando estou a pintar estou sempre a interrogar-me sobre o que estou a fazer. Há um momento em que a interrogação tem respostas certas.<br />
<br />
<b>Está em paz com esta mostra?</b><br />
<br />
Estou. Quando nós fazemos, em consciência, as coisas bem feitas, ou somos úteis, ou fazemos o melhor que podemos, isso dá uma paz muito grande. Tento mostrar que não sou cúmplice em relação a certas situações, que estou atenta. Ao mesmo tempo, é uma necessidade profunda.<br />
<br />
<br />
<i>in</i> <a href="http://www.dn.pt/artes/interior/graca-morais-pinto-com-o-coracao-na-mao-e-na-cabeca-5181653.html">Diário de Notícias, 19 de Maio de 2016</a><br />
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</div>Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-57925978207353340762016-05-18T19:07:00.001+01:002016-05-18T19:07:18.801+01:00Graça Morais O Rosto do Medo na Galeria Ratton<div>
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<span style="font-size: large;"><b>Graça Morais</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="color: #cc0000;"><b>O Rosto do Medo</b></span></span><br />
<i>Azulejo, Pintura e Desenho sobre Papel</i><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQDFVa9YF7RwOeDohVw6k9tTkPEtPNqnUCHYbm_iy_bt0rv4X0iCRKWnGUbmRsc7RuXDTPMAh_GtHsYp0HKJ2AdI6K8-oM9a3pbxxsiPHDQ3KBf0HTbH9k0o4hKtF_5z0G4_xF/s1600/MS+Grac%25CC%25A7a+Morais+10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQDFVa9YF7RwOeDohVw6k9tTkPEtPNqnUCHYbm_iy_bt0rv4X0iCRKWnGUbmRsc7RuXDTPMAh_GtHsYp0HKJ2AdI6K8-oM9a3pbxxsiPHDQ3KBf0HTbH9k0o4hKtF_5z0G4_xF/s400/MS+Grac%25CC%25A7a+Morais+10.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: x-small;">Foto Miguel Silva 2016</span></i></div>
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No momento em que se questiona o destino do planeta perante as imagens de caos e desumanidade que nos chegam todos os dias, a exposição da pintora Graça Morais, O Rosto do Medo, é um apelo à força e energia do Homem perante todos os desafios.<br />
<br />
Ao longo da sua carreira, Graça Morais tem-nos surpreendido com o profundo equilíbrio entre a expressão das suas raízes, que cultiva com uma dimensão poética encantatória, e a lucidez da sua visão universal que assume com a consciência de uma responsabilidade ética sem concessões.<br />
<br />
E em ambos os pólos nucleares da sua temática, é bem patente a autenticidade e a força emotiva manifestadas em cada obra, qualquer que seja o suporte e a dimensão, na composição, no desenho, na pintura, e até na ”narração” implícita que está presente em cada figura ou simples.<br />
<br />
Graça Morais prossegue assim, através da pintura e do desenho, o seu diálogo com a Humanidade, apelando à consciência do tempo histórico que atravessamos e dos riscos que nos ameaçam.<br />
<br />
A nossa permanente colaboração com a pintora Graça Morais, tem contribuído para um notável enriquecimento da Arte Pública, com os seus painéis em azulejo situados um pouco por todo o país, e fora de Portugal numa das principais estações de metro de Moscovo, em lugares públicos frequentados pelas populações que com eles convivem diariamente.<br />
<br />
(...) É o medo que se instala e é mais forte do que a capacidade de resistir. A violência nunca é legítima, mas deixa-nos sem possibilidade de resposta. Podemos muito pouco. Os focos de guerra multiplicam-se. E se há ameaças, há refugiados e há egoísmos. Como poderemos responder? Como poderemos resistir? Isoladamente somos impotentes. E a Arte não tem resposta porque a humanidade ainda não a encontrou. Mas há inquietação. E a indiferença gera a angústia. Há rostos de medo que não podem deixar de ser vistos e os artistas não os podem esquecer. (...) ( G.O.M. )<br />
<br />
A colaboração do Dr. Guilherme d’Oliveira Martins nesta publicação sobre a exposição, que apresenta um conjunto de obras recentes, entre o desenho, a pintura e a presença do azulejo, transmitindo-nos uma visão própria sobre o conjunto das obras e a sua oportunidade, tem um significado muito especial que queremos sublinhar e agradecer.<br />
<br />
<i>Ana Viegas e Tiago Montepegado </i><br />
Galeria Ratton<br />
<br />
Inauguração dia 19 de Maio, às 19 horas até às 22 horas<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbyfj-sWWeL-8OISrErTeu9AR53ICLSCGO-3qLLQp_ixUywZkQQZ78z6LU4iHlLkJUQc5iCwZ3aegh9ykWIsdYcQ1QvggNZBwBgp8_c3QKfmOHVGqgz6MQzPc1x5ePEO2U66kI/s1600/image001%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="283" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbyfj-sWWeL-8OISrErTeu9AR53ICLSCGO-3qLLQp_ixUywZkQQZ78z6LU4iHlLkJUQc5iCwZ3aegh9ykWIsdYcQ1QvggNZBwBgp8_c3QKfmOHVGqgz6MQzPc1x5ePEO2U66kI/s400/image001%25281%2529.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
Rua Academia das Ciências 2 C, 1200-004 Lisboa<br />
<a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?hl=pt-PT&q=http://galeriaratton.blogspot.com&source=gmail&ust=1463680694172000&usg=AFQjCNELNtbvBdXVq-eNtNQgEI5dYNdQFQ" href="http://galeriaratton.blogspot.com/" target="_blank">galeriaratton.blogspot.com</a><br />
Tel. 21 364 09 48<br />
Mapa no Google <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?hl=pt-PT&q=https://goo.gl/maps/xT56EbnDtD92&source=gmail&ust=1463680694172000&usg=AFQjCNHx_pfJm8Eyb4KFI5Zddfkqi-C1GQ" href="https://goo.gl/maps/xT56EbnDtD92" target="_blank">https://goo.gl/maps/<wbr></wbr>xT56EbnDtD92</a><br />
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Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-37190088925961618242016-05-17T22:00:00.000+01:002016-05-18T19:25:12.478+01:00Graça Morais foi distinguida com o ‘Prémio Obra de Vida’ SOS Azulejo 2015<div>
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Graça Morais foi distinguida com o ‘Prémio Obra de Vida’ SOS Azulejo 2015<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1APD_q1mXwOry2by_1J60XTapMomXwOVqmQJf05AfFyT5l8uyrMelH6oKKkVolnFJaiMHOyJwUxinBb7pn_OE81GE9OVyGZurzxZ8iQ1rY0sND9JKckC49mDKPKGIcbkSnq4l/s1600/GM+azulejo+2016.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1APD_q1mXwOry2by_1J60XTapMomXwOVqmQJf05AfFyT5l8uyrMelH6oKKkVolnFJaiMHOyJwUxinBb7pn_OE81GE9OVyGZurzxZ8iQ1rY0sND9JKckC49mDKPKGIcbkSnq4l/s320/GM+azulejo+2016.JPG" width="290" /></a></div>
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O Museu de Polícia Judiciária anunciou ontem que o júri dos ‘Prémios SOS Azulejo 2015’, presidido pelo professor Vítor Serrão, seleccionou no passado dia 13 de Abril os galardoados deste ano, tendo sido atribuídos 6 Prémios e 10 Menções Honrosas.<br />
<br />
O ‘Prémio Obra de Vida’ será atribuído a Graça Morais, que receberá o galardão das mãos de Manuel Cargaleiro, vencedor do ano passado nesta categoria.<br />
<br />
A cerimónia de entrega dos ‘Prémios SOS Azulejo 2015’ realizar-se-á no Palácio Marquês da Fronteira, no próximo dia 24 de Maio.<br />
<br />
As Entidades Parceiras do Projecto ‘SOS Azulejo’ instituíram Prémios de Protecção e Valorização do Património Azulejar português (e/ou de origem/tradição portuguesa) designados ‘Prémios ‘SOS Azulejo’’, cuja atribuição é anual.<br />
<br />
<hr />
<br />
Graça Morais "O Rosto do Medo" na Galeria Ratton<br />
Prémio "Obra de Vida 2015" SOS Azulejo<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRdMeHUoB2K8b6Ig4hWhiedaGRJ5XJuBJcL_U9XS21lPd8eN7WkvTOUfpgIlI-BGYpVv5nl5FT_GvjLXmZ2lXrM6nw3tj4tw1UlGIFTdF_wQIyWyl1HXKoIhjgvGVzY_R4ra37/s1600/13246377_1039327432826374_5362644133044532929_o.jpg" imageanchor="1"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRdMeHUoB2K8b6Ig4hWhiedaGRJ5XJuBJcL_U9XS21lPd8eN7WkvTOUfpgIlI-BGYpVv5nl5FT_GvjLXmZ2lXrM6nw3tj4tw1UlGIFTdF_wQIyWyl1HXKoIhjgvGVzY_R4ra37/s320/13246377_1039327432826374_5362644133044532929_o.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKsZiyik11Ayn1M1QkEBK2xwUDF3xqaVDJJLihsK-oyPPeK_StACKXnTovoqtW0A5pOd1F0PydtA-0fobLhFyeyvYEJHSKtvWOPmOksVsjw37vkP8jkP6JGY-stVOj9heUhZIg/s1600/13220723_1039327429493041_4798410808307563451_o.jpg" imageanchor="1"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKsZiyik11Ayn1M1QkEBK2xwUDF3xqaVDJJLihsK-oyPPeK_StACKXnTovoqtW0A5pOd1F0PydtA-0fobLhFyeyvYEJHSKtvWOPmOksVsjw37vkP8jkP6JGY-stVOj9heUhZIg/s320/13220723_1039327429493041_4798410808307563451_o.jpg" /></a><br />
<br />
<br />
(...) A nossa permanente colaboração com a pintora Graça Morais, tem contribuído para um notável enriquecimento da Arte Pública, com os seus painéis em azulejo situados um pouco por todo o país, e fora de Portugal numa das principais estações de metro de Moscovo, em lugares públicos frequentados pelas populações que com eles convivem diariamente.<br />
<br />
O reconhecimento deste trabalho com a atribuição do prémio ‘Obra de Vida’ dos prémios SOS Azulejo 2015 à pintora Graça Morais, constitui mais um incentivo para continuarmos a contribuir para o enriquecimento do nosso património azulejar.<br />
<br />
Ana Viegas e Tiago Montepegado<br />
<br />
<br />
Mais informação<br />
<a href="http://www.sosazulejo.com/?p=2640">http://www.sosazulejo.com/?p=2640</a><br />
<a href="https://www.facebook.com/projectososazulejo/">https://www.facebook.com/projectososazulejo/</a><br />
<a href="https://www.facebook.com/GaleriaRatton/">https://www.facebook.com/GaleriaRatton/</a><br />
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<div>
<br /></div>
Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-68901701628711799522014-11-01T13:04:00.001Z2014-11-01T13:04:34.925ZGraça Morais Na Cabeça de uma Mulher está a História de uma Aldeia <div> <br />
</div><br />
<iframe width="560" height="420" src="//www.youtube.com/embed/Euq_xtwG6V8?rel=0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br />
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Graça Morais – Na Cabeça de uma Mulher está a História de uma Aldeia <br />
2000, cor, 32m, Portugal<br />
Realização Joana Morais<br />
<div> <br />
</div>Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-79871968875993408722014-10-24T19:51:00.000+01:002014-10-30T19:53:26.291ZGraça Morais - Ritos e Mitos <div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;">Graça Morais </span><br />
<span style="font-size: large;">Ritos e Mitos </span><br />
<i>Quarenta anos depois 1974 / 2014</i></b></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1q3McYM0GVLhfABQMVP_kjhnXDuUs0c2wdZJnhEhjNLF72U2FX7D5h7ZIMUtiFqg-2z985s0pIIRAF9CBmZ4uiWH5-GWyh6U1fvbMfIUqOmxqxiUGcXShyphenhyphenBTq2hWr1c5KkArf/s1600/fotografia+(59).JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1q3McYM0GVLhfABQMVP_kjhnXDuUs0c2wdZJnhEhjNLF72U2FX7D5h7ZIMUtiFqg-2z985s0pIIRAF9CBmZ4uiWH5-GWyh6U1fvbMfIUqOmxqxiUGcXShyphenhyphenBTq2hWr1c5KkArf/s1600/fotografia+(59).JPG" height="300" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
Rostos e gestos, tramas narrativas de sacralidade e morte, cenas de trabalho e rituais, acusam as marcas de uma obra que, não obstante a variação de estratégias formais e criativas que mobiliza, não abdica do real como referência, que aqui é feito de terra e de mistérios ancestrais e tem profunda ligação à memória e aos afectos.<br />
<br />
Transfigurado ou metamorfoseado através da distorção e da sobreposição de linhas e formas, capazes de desencadear distintos níveis de leitura, cada obra é metáfora pictórica não só do encontro com o Trás-os-Montes de Graça Morais, mas da interpretação e da inquietante reflexão que, a partir deste território antigo em iminente desagregação, a artista faz do mundo.<br />
<br />
Em permanente reinvenção e revisitação de temas e abordagens, a obra de Graça Morais tem vindo a desenvolver-se, ao longo destes quarenta anos, a partir de uma linguagem muito própria, assente em múltiplas derivações e em sucessivas deambulações criativas, que se sobrepõem, combinam ou interrompem e fazem dela uma obra à parte, inconfundível, no contexto da arte contemporânea portuguesa.<br />
<br />
A sua prática pictórica não está no registo do pitoresco ou na captação sob ponto de vista etnográfico para memória futura, está antes na exploração de um imaginário e no modo como explana, com grande sinceridade pictórica, o que observa e lhe subtrai a redutora referência naturalista.<br />
<br />
A escala cronológica da exposição que agora se apresenta na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, é ampla, reunindo, no domínio do desenho, actividade dorsal do seu processo criativo, uma selecção de trabalhos emblemáticos de séries como, Marias, Metamorfoses, Procissão ou Desenhos de Abril, permitindo, de algum modo, o reencontro com uma grande variação de temas e estilísticas já tratados por Graça Morais.<br />
<br />
Patente até 31 de Janeiro de 2015, de Terça a Domingo, das 10h às 17h30.<br />
<br />
Comissário: Jorge da Costa<br />
Produção: Sociedade Martins Sarmento<br />
Centro de Arte Contemporânea Graça Morais<br />
<br />
<hr />
<a href="http://www.csarmento.uminho.pt/contact.asp">Sociedade Martins Sarmento</a><br />
Rua Paio Galvão<br />
4814-509 Guimarães<br />
Tel: + 351 253 415969<br />
Fax: + 351 253 519413<br />
<br />
Horário de abertura ao público:<br />
Terça a sexta-feira: 9:30/12:00 e 14:00/17:00<br />
Sábado: 9:30/12:00 e 14:00/17:00<br />
Domingo: 10:00/12:00 e 14:00/17:00<br />
Encerra à segunda-feira<br />
<br />
<div>
<br /></div>
<br />Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-21407328778250252092014-07-02T20:25:00.000+01:002014-07-02T20:56:52.770+01:00La Magia de la Caza<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3w1jyDT0Gybg8gFQV9joikVPF33liupWSw40st0Yuxj5d3uepsFiid3Rwga9JOE9sWVTxs8az5TPY4hYeButrEd39koBmRPdpWWgHRJphu7s4xqzMx9Fnh4ffi9kbO8Sj2YGQ/s1600/10498624_679274858794931_6495598457865225084_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3w1jyDT0Gybg8gFQV9joikVPF33liupWSw40st0Yuxj5d3uepsFiid3Rwga9JOE9sWVTxs8az5TPY4hYeButrEd39koBmRPdpWWgHRJphu7s4xqzMx9Fnh4ffi9kbO8Sj2YGQ/s1600/10498624_679274858794931_6495598457865225084_o.jpg" height="400" width="280" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br />
<b>Inauguración de la exposición 5 de Julio a las 21:30 horas en el Centro de Arte Contemporáneo Graça Morais, en Bragança</b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-Qwy0I9Rw5sYXSJosidj7qYN46S1gReGgxNlQth8GTE3knlYr7Zbt3py5nvSQ5VtToKIsFrP-24tmDmAU_mMos8vYEkVhGCOGXjDFYUxzg_MnutnGzDkhqyg_Z0fk1srn7Yhz/s1600/Passeio+a+%25C3%25A1gua+d%2527+Alte+2010+Acr%25C3%25ADlico+sobre+tela+73+x+100+cm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: -1em; margin-right: -1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-Qwy0I9Rw5sYXSJosidj7qYN46S1gReGgxNlQth8GTE3knlYr7Zbt3py5nvSQ5VtToKIsFrP-24tmDmAU_mMos8vYEkVhGCOGXjDFYUxzg_MnutnGzDkhqyg_Z0fk1srn7Yhz/s1600/Passeio+a+%25C3%25A1gua+d%2527+Alte+2010+Acr%25C3%25ADlico+sobre+tela+73+x+100+cm.jpg" height="362" width="590" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i>Graça Morais – Passeio a água d’Alte, 2010. Acrílico sobre lienzo, 73 x 100 cm. Colección del artista.</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>La Magia de la Caza de Graça Morais</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Pintura y Dibujo</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>5 de Julio de 2014 a 25 de Enero de 2015</b></div>
<br />
<i>En este territorio maravilloso mi gran libertad se manifiesta a través del acto de crear.</i><br />
<i>Pinto el reino de la metamorfosis donde las perdices, las liebres, los perros, las mujeres y los hombres se funden entre sí con la terra y con las plantas.</i><br />
<i>Estas pinturas y dibujos pertenecen al orden y al caso de los ciclos de la naturaleza; viven de la lucha y la reconciliación del Animal con el Hombre.</i><br />
<i> Graça Morais</i><br />
<br />
Como personajes de un drama antiguo, presa y cazador consustancian un conjunto de trabajos realizados por Graça Morais entre 1978 y 1979, en Paris, un inquietante análisis en torno a la estructura de la sociedad tradicional transmontana.<br />
<br />
En una aparente visión poética de la vida en el campo, marcada por la exuberancia de la paleta cromática con la que satura los lienzos, Graça Morais introduce, a partir de la temática de la caza, preguntas sobre la legitimidad de un universo pautado por la ambivalencia entre la condición del hombre y la mujer, indiciada por la sutiles juegos de poder y sumisión, de amor y muerte, y nos conduce a mundos paradójicos e inesperados.<br />
<br />
Además de lo que es un mero juego de caza y del cazador, a la vez mágico y cruel, el conjunto de trabajos es entendido como una metáfora de deseo y de poder sobre la mujer y cada lienzo tiene implícito la denuncia “de una agresividad viril” o la “brutalidad machista”, que la presencia de objetos como el arma de caza intensifican.<br />
<br />
Generalmente muerta, la perdiz, al igual que la liebre, es, así, dentro de su sistema plural de signos, una “especie de Leitmotiv en tantas obras – es una imagen de diferentes significados y de diferentes equivalencias femeninas; ella es víctima del juego del macho, presa de su placer y de una violencia de deseo.”<i>1</i><br />
<br />
Al conjunto de trabajos, presentados a finales de la década de los 70, en el Centro Cultural portugués de la Fundación Calouste Gulbenkian, en Paris, se añade ahora, pasados cuarenta años, una importante serie de trabajos inéditos, realizados en 2010. En un intento de reanudar vínculos con un tema ya tratado, es, en ausencia de la figura del cazador, lo femenino lo que domina cada lienzo o dibujo, bien sea en forma de mujer, liebre o perdiz.<br />
<br />
Comisario: Jorge da Costa<br />
Producción: Centro de Arte Contemporáneo Graça Morais<br />
Ayuntamiento de Bragança<br />
<br />
<i>1 AZEVEDO, Fernando de – Graça Moraias – Ainda o Mito e a Graça. Coloquio Artes.<br />
Lisboa: Fundación Calouste Gulbenkian, nº 72, (marzo de 1987), págs. 19-25</i><br />
<br />
<hr />
<br />
<a href="http://centroartegracamorais.cm-braganca.pt/">Centro de Arte Contemporáneo Graça Morais</a><br />
Calle Abilio Beça, 105<br />
5300-011 Bragança<br />
Tel: (351) 273 302 410<br />
centro.arte@cm-bragança.pt <br />
<div>
<br /></div>
Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-8721282656782307192014-07-02T12:04:00.001+01:002014-07-02T12:30:55.273+01:00A Magia da Caça <div><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXuI9uQs7ilGTynPgPzlpYGHFxBuLjaoW70aAiuj06KANMqteTqY_ldqeAPxG1-0x1LMCeS7NBJhCczp2CHS8I2LKLi17yoIZ-yTeWRuob4y-eWuFvVe-lWVOpTvdh-C5YEEre/s1600/10498624_679274858794931_6495598457865225084_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXuI9uQs7ilGTynPgPzlpYGHFxBuLjaoW70aAiuj06KANMqteTqY_ldqeAPxG1-0x1LMCeS7NBJhCczp2CHS8I2LKLi17yoIZ-yTeWRuob4y-eWuFvVe-lWVOpTvdh-C5YEEre/s400/10498624_679274858794931_6495598457865225084_o.jpg" height="400" width="280" /></a></div><br />
<div style="text-align: center;"><b>Inaguração da Exposição </b></div><br />
<div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><b>A Magia da Caça de Graça Morais</b></span></div><div style="text-align: center;"><i><b>Pintura e Desenho</b></i></div><div style="text-align: center;"><i><b>5 de Julho às 21h 30</b></i> </div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8tdPOyP_-mFqdNR95BwlW11y-EtOwOpJmx9C1C10jjk3sDzVOLatchu0GPJvJbN_OgQFFknro1mPE5mHxAY3L2QEI8saj5uRCRds1QEu9Tj9FrvFFLM1hQ8NQLBqlive3gRfc/s1600/Passeio+a+%C3%A1gua+d%27+Alte+2010+Acr%C3%ADlico+sobre+tela+73+x+100+cm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: -1em; margin-right: -1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8tdPOyP_-mFqdNR95BwlW11y-EtOwOpJmx9C1C10jjk3sDzVOLatchu0GPJvJbN_OgQFFknro1mPE5mHxAY3L2QEI8saj5uRCRds1QEu9Tj9FrvFFLM1hQ8NQLBqlive3gRfc/s1600/Passeio+a+%C3%A1gua+d'+Alte+2010+Acr%C3%ADlico+sobre+tela+73+x+100+cm.jpg" height="362" width="590" /></a></div><i>Graça Morais – Passeio a água d’Alte, 2010. Acrílico sobre tela, 73 x 100cm. Colecção da Artista</i><br />
<br />
<br />
<i>Neste território maravilhoso a minha grande liberdade manifesta-se no<br />
acto de criar.<br />
Pinto o reino das metamorfoses onde as perdizes, as lebres, os cães, as<br />
mulheres e os homens se fundem entre eles com a terra e com as plantas.<br />
Estas pinturas e desenhos pertencem à ordem e ao caos dos ciclos da<br />
natureza; vivem da luta e da reconciliação do Animal com o Homem.</i><br />
<i> Graça Morais</i><br />
<br />
<br />
Como personagens de um drama antigo, presa e caçador consubstanciam num conjunto de trabalhos realizados por Graça Morais, entre 1978 e 1979, em Paris, uma inquietante análise reflexiva em torno da organização da sociedade tradicional transmontana.<br />
<br />
Numa aparente visão poética da vida no campo, marcada pela exuberância da paleta cromática com que satura as telas, Graça Morais introduz, a partir da temática da caça, questões sobre a legitimidade de um universo pautado pela ambivalência entre a condição do homem e da mulher, indiciada pelos subtis jogos de poder e submissão, de amor e morte, e nos conduz a mundos paradoxais e inesperados.<br />
<br />
Mais do que um mero jogo de caça e do caçador, simultaneamente mágico e cruel, o conjunto de trabalhos é entendido como uma metáfora do desejo e do poder sobre a mulher e cada tela tem implícita a denúncia “duma agressividade viril” ou de um “brutalismo machista”, que a presença de objectos como a arma de caça intensificam.<br />
<br />
Geralmente morta, a perdiz, como a lebre, é, assim, dentro do seu sistema plural de signos, uma “espécie de Leitmotiv em tantas obras – é uma imagem de diferentes significações e de diferentes equivalências femininas; ela é vítima do jogo do macho, presa do seu prazer e de uma violência de desejo.”1<br />
<br />
Ao conjunto de trabalhos, apresentados em finais da década de 1970, no Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, associa-se agora, passados quarenta anos, uma significativa série de trabalhos inéditos, realizados em 2010. Numa tentativa de reatar vínculos com o tema já antes tratado, é, na ausência da figura do caçador, o feminino que domina em cada tela ou desenho, seja em forma de mulher, lebre ou perdiz.<br />
<br />
Comissário: Jorge da Costa<br />
Produção: Centro de Arte Contemporânea Graça Morais<br />
Câmara Municipal de Bragança<br />
<br />
<i>1 AZEVEDO, Fernando de – Graça Morais – Ainda o Mito e a Graça. Colóquio Artes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, n.º 72, (Março de 1987), pp. 19-25.</i><br />
<br />
<hr /><br />
CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA GRAÇA MORAIS<br />
Rua Abílio Beça, nº 150<br />
5300 – 011 Bragança - Portugal<br />
Tel: (351) 273 302 410<br />
centro.arte@cm-braganca.pt<br />
www.cm-braganca.pt<br />
<br />
<div><br />
</div>Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-57190029452961108302013-10-15T18:18:00.001+01:002013-10-15T18:18:16.809+01:00Graça Morais recebe Grande Prémio da Academia de Belas Artes<div>
<br /></div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="//www.youtube.com/embed/vhhYLIqbtaE?rel=0" width="480"></iframe><br />
<i>Entrevista com Helena Esteves, Antena 1, 15 de Outubro 2013</i><br />
<br />
<i>por Helena Esteves/Sandra Henriques</i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUTh5lPfpCeIXoo_6bZX5UGGZMmGouwZtpcn7rRZmv2LZ1-Ct5dxD_s9PIDab6UCAZO-aVrvPZmT9UK_do54l4MTQIpg0RDWPLWQNWIcC7llE3zBPC79JS4bLcFW1B8joXEkOR/s1600/1025698_621883951164606_936662136_o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUTh5lPfpCeIXoo_6bZX5UGGZMmGouwZtpcn7rRZmv2LZ1-Ct5dxD_s9PIDab6UCAZO-aVrvPZmT9UK_do54l4MTQIpg0RDWPLWQNWIcC7llE3zBPC79JS4bLcFW1B8joXEkOR/s320/1025698_621883951164606_936662136_o.jpg" width="210" /></a></div>
Graça Morais recebe esta terça-feira o Grande Prémio da Academia Nacional de Belas Artes, uma distinção que foi atribuída por unanimidade e serve para destacar toda uma vida dedicada à criação artística. A pintora sublinha que tem dedicado a sua obra ao mundo que está em agitação e aproveita para criticar as políticas do Governo que atacam os mais velhos.<br />
<br />
“É uma vergonha que se está a fazer às pessoas mais velhas, porque os mais velhos são os mais indefesos. As pessoas a partir de uma certa idade não podem procurar trabalho em lado nenhum e o que está a acontecer é tão absurdo e dramático que parece um grande pesadelo”, afirma Graça Morais.<br />
<br />
A artista de 65 anos destaca a importância de receber o Grande Prémio da Academia Nacional de Belas Artes, que já distinguiu entre outros os pintores Júlio Pomar, Júlio Resende e Maria Keil.<br />
<br />
“Vivemos tempos tão difíceis em que o artista é ignorado pela indiferença de poderes, que o deveriam apoiar e valorizar, e existir uma Academia Nacional de Belas Artes constituída por pessoas extraordinárias que está atenta às obras dos artistas intelectuais neste país é uma resposta luminosa a um mundo tão cheio de sombras”.<br />
<br />
“Da terra ao mar”, uma antologia de trabalhos da pintora natural de Vieiro, Trás-os-Montes, pode ser vista até ao final de novembro no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança.<br />
<br />
<i><a href="http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=687945&tm=4&layout=123&visual=61">RTP, 15 de Outubro 2013</a></i><br />
<br />
<div>
<br /></div>
Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-7677069924210344722013-06-25T16:52:00.000+01:002013-06-25T16:52:23.809+01:00Graça Morais - Uma Antologia • Da Terra ao Mar - Pintura e Desenho, 1970/2013<div>
<br /></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEnc4M7XWiW8cVXIb7BfxdVrcxfy2nfz2cmNhZ83WA_awN7tRCHb3DTa7ZDVE6AJ6GJ3qxFydIBKqZQBls6VmrfXP671kAmRC2hS_40oWza-XvA1Yidu9pArRd_lttUpgZ7mTf/s1600/1025698_621883951164606_936662136_o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEnc4M7XWiW8cVXIb7BfxdVrcxfy2nfz2cmNhZ83WA_awN7tRCHb3DTa7ZDVE6AJ6GJ3qxFydIBKqZQBls6VmrfXP671kAmRC2hS_40oWza-XvA1Yidu9pArRd_lttUpgZ7mTf/s640/1025698_621883951164606_936662136_o.jpg" width="420" /></a>A inauguração da exposição <b>Uma Antologia - Da Terra ao Mar - Pintura e Desenho, 1970/2013</b>, de Graça Morais, acontece no próximo dia 30 de Junho, pelas 16h00, no <b><a href="http://uma%20antologia%20-%20da%20terra%20ao%20mar%20-%20pintura%20e%20desenho%2C%201970/2013%20de%20Gra%C3%A7a%20Morais" target="_blank">Centro de Arte Contemporânea Graça Morais</a></b>, em Bragança, dia em que comemora o seu 5º aniversário.<br />
<br />
<i>Às 18h00 debate sobre a obra de Graça Morais com a participação de <b>Raquel Henriques da Silva</b> e <b>Jorge da Costa</b>, com a presença da artista. </i><br />
<br />
<br />
<br />
<b>Graça Morais - Uma Antologia • Da Terra ao Mar - Pintura e Desenho, 1970/2013</b><br />
<br />
Alicerçada numa gramática pictórica única e inconfundível, a prática artística de Graça Morais tem evoluído, ao logo das últimas quatro décadas, em ciclos sucessivos e bem demarcados, que não só configuram a proficiência das diversas fases que compõem a sua obra, como legitimam a coerência do seu todo.<br />
<br />
Com inequívoca expressão no contexto da arte contemporânea portuguesa a partir da década de 1980, Graça Morais desenvolveu, à margem de princípios doutrinários dominantes ou movimentos artísticos transitórios, uma linguagem muito própria, assente em múltiplas derivações formais e em sucessivas deambulações criativas, que, não raras vezes, se sobrepõem, interrompem ou combinam, “como se fossem ou pudessem ser estados de uma obra que não se aceita a si mesma, nunca como um encerramento”.<br />
<br />
Na comemoração dos seus cinco anos de existência, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais apresenta, pela primeira vez, em todos os espaços expositivos, reunindo, numa cronologia abrangente e exaustiva, a maior mostra antológica da artista, demarcada entre os trabalhos realizados em 1970, enquanto finalista da Escola Superior de Belas Artes do Porto, e uma intervenção efémera nas paredes de uma das salas, criada especificamente para esta ocasião.<br />
<br />
A par de um conjunto significativo de obras que nunca tinham sido expostas até ao momento, capazes de surpreender mesmo aqueles que julgam conhecer bem o trabalho de Graça Morais, integram esta antologia obras emblemáticas de séries como “O Rosto e os Frutos”, “Os Cães”, “Cabo Verde”, “As Escolhidas”, “Geografias do Sagrado”, “Deusas da Montanha”, “Olhos Azuis do Mar” ou “Sombras do Medo”. <br />
<br />
Comissário: Jorge da Costa<br />
Produção: Centro de Arte Contemporânea Graça Morais; Câmara Municipal de Bragança<br />
<br />
<hr />
30 de Junho a 30 de Novembro<br />
<a href="http://centroartegracamorais.cm-braganca.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27791">Centro de Arte Contemporânea Graça Morais</a><br />
Rua Abílio Beça, 105<br />
5300 – 011 Bragança<br />
Tel. (351) 273 302 410<br />
centro.arte@cm-braganca.pt<br />
Horário: Terça a Domingo 10h00 / 18h30<br />
<div>
<br /></div>
Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0Sé, 5300, Portugal41.806067511604624 -6.7560929059982341.80588251160462 -6.75640790599823 41.806252511604626 -6.75577790599823tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-73864815071210618072013-05-07T20:41:00.000+01:002013-05-07T20:41:18.062+01:00Graça Morais distinguida com Prémio Aquisição-Pintura pela Academia Nacional de Belas Artes<div>
<br /></div>
<br />
<b>A pintora Graça Morais foi distinguida com o Prémio Aquisição-Pintura 2013, atribuído pela Academia Nacional de Belas Artes, em Lisboa, revelou esta terça-feira à agência Lusa o presidente da entidade.</b><br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaUbztl5JDH4T8CVPO9w49au5b-G6w9ediCih7GPzQP3Mp9yiSqx8G_f0bqDlWEgrOhTsP0vhAPASS7cN3priXhNshhfjg703Yj8mzhIvJAPcJWXZsL7Ovq6z8Id3gH0u3skll/s1600/DSC_0648a.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaUbztl5JDH4T8CVPO9w49au5b-G6w9ediCih7GPzQP3Mp9yiSqx8G_f0bqDlWEgrOhTsP0vhAPASS7cN3priXhNshhfjg703Yj8mzhIvJAPcJWXZsL7Ovq6z8Id3gH0u3skll/s320/DSC_0648a.jpg" /></a>De acordo com António Valdemar, a artista obteve a "unanimidade do júri", presidido pelo dirigente e ainda composto pelo vice-presidente, António Marques Miguel, o secretário, João Duarte, e ainda pelos académicos Pedro Canavarro, António Inverno, Fernando Guedes e Laranjeira Santos.<br />
<br />
Instituído pela Academia Nacional de Belas Artes em 1983, distinguiu na pintura, entre outras personalidades, Júlio Pomar, Maria Keil, Luís Filipe de Abreu, Sá Nogueira, Alice Jorge, Júlio Resende.<br />
<br />
O prémio é atribuído anualmente com rotatividade pela pintura, escultura e arquitectura.<br />
<br />
A Academia adquire uma obra ao artista premiado para o acervo da entidade, que ascende actualmente a cerca de trezentas peças, estimou António Valdemar.<br />
<br />
Graça Morais, 65 anos, nasceu em Vieiro, Trás-os-Montes, e estudou pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, e começou a expor o seu trabalho a partir dos anos 1970.<br />
<br />
Além da pintura, fez peças para cenografia e azulejo, arte pública, tapeçarias, e a sua obra está representada em colecções públicas e privadas em Portugal e no Estrangeiro.<br />
<br />
Foi agraciada em 1997 com o grau Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída pelo Presidente da República Jorge Sampaio.<br />
<br />
Na escultura já foram galardoados pela Academia, os artistas Barata Feyo, Martins Correia, Laranjeira Santos, João Duarte, António Vidigal, Lagoa Henriques, e João Fragoso, e na arquitectura Nuno Teotónio Pereira, Duarte Castelo Branco, Jorge Segurado, Manuel Vicente, Gonçalo Byrne e Frederico George.<br />
<br />
No final de Abril, a Academia atribuiu o Prémio José de Figueiredo 2013 a duas obras da área da investigação e de crítica: “Ourivesaria Portuguesa de Aparato - séculos XV e XVI”, da autoria de Nuno Vassalo e Silva, e também “Do Terreiro do Paço à Praça do Comércio – História de um espaço urbano”, com coordenação de Miguel Figueira de Faria.<br />
<br />
Este mês, a Academia de Belas Artes vai atribuir ainda o Prémio Gustavo Cordeiro Ramos de Pintura 2013.<br />
<br />
<i><a href="http://www.lusa.pt/default.aspx?page=home">Lusa, 7 de Maio de 2013</a></i><br />
<div>
<br /></div>
<br />Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-24529466360485003502013-04-11T14:00:00.002+01:002013-04-11T14:01:42.530+01:00Últimos dias da exposição "Os Desastres da Guerra" <div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvA8LsFqs5GLfipSVJzFLt1x0h7aru_ZFafxl5zOHf17H4zMzCsm1Dv5bDlMLArdQgfFoPGc3B7JJ-Iue_06A12ONt5F8a08oTdcW3MgRglMLROu6pNCnC5xTuwGGCAez25jyc/s1600/gra%25C3%25A7a+1.jpg" imageanchor="1"><img border="0" height="481" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvA8LsFqs5GLfipSVJzFLt1x0h7aru_ZFafxl5zOHf17H4zMzCsm1Dv5bDlMLArdQgfFoPGc3B7JJ-Iue_06A12ONt5F8a08oTdcW3MgRglMLROu6pNCnC5xTuwGGCAez25jyc/s640/gra%25C3%25A7a+1.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Série A Caminhada do Medo II, 2011, Carvão e pastel sobre papel, 111 x 150 cm</i></div>
<br />
<br />
Últimos dias da exposição <b>Os Desastres da Guerra </b>de Graça Morais na Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva. A exposição tem sido visitada por milhares de pessoas. <br />
<br />
Momento musical às 15 horas com Pedro Caldeira Cabral seguido de uma conversa informal com a pintora Graça Morais no Domingo dia 14 de Abril, dia de fecho da exposição.<br />
<br />
<br />
<i>Programa do Momento Musical O Labirinto da Guitarra de Pedro Caldeira Cabral em <a href="http://www.scribd.com/doc/135333439/Pedro-Caldeira-Cabral-O-Labirinto-da-Guitarra" target="_blank">PDF</a></i><br />
<div>
<br /></div>
<br />Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-18917388397584547842013-03-10T12:59:00.001Z2013-04-11T15:28:16.537+01:00Recortes de Imprensa - Os Deasatres da Guerra<div>
<br /></div>
<u><b>Vídeos</b></u><br />
<br />
<b>Graça Morais entrevistada por Alberta Marques Fernandes</b><br />
<i>RTP Notícias emitido a 31 de Janeiro 2013</i><br />
<i>Vídeo indisponível</i><br />
<br />
<b>'Desastres da Guerra' - Graça Morais pinta o sobressalto cívico </b><br />
<i><a href="http://www.lusopress.tv/">LusoPress TV</a> publicado a 1 de Fevereiro 2013</i><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/dBSh8rXFvOs?rel=0" width="560"></iframe><br />
<br />
<b>Graça Morais expõe "Os Desastres da Guerra" no Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva</b><br />
<i><a href="http://sicnoticias.sapo.pt/cultura/2013/02/01/graca-morais-expoe-os-desastres-da-guerra-no-museu-arpad-szenes-vieira-da-silva">SIC Notícias</a> emitido a 1 de Fevereiro 2013</i><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="375" src="http://www.youtube.com/embed/89jffoPmc4c?rel=0" width="500"></iframe><br />
<br />
<b>Graça Morais entrevistada por Ana Lourenço sobre a exposição Os Desastres da Guerra</b><br />
<i><a href="http://sicnoticias.sapo.pt/programas/edicaodanoite/2013/02/01/graca-morais-em-entrevista">SIC Notícias</a> Edição da Noite emitido a 1 de Fevereiro 2013</i><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="375" src="http://www.youtube.com/embed/KHmRToEL4Bg?rel=0" width="500"></iframe><br />
<br />
<b>'Os Desastres da Guerra' de Graça Morais </b><br />
<i>Reportagem de Rui Lagartinho na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva</i><br />
<i><a href="http://www.rtp.pt/programa/tv/p28666/e5">RTP Artes</a> (extracto) emitido a 9 de Fevereiro 2013</i><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/aOmbkEpEb54?rel=0" width="560"></iframe><br />
<br />
<b>'Os Desastres da Guerra' de Graça Morais</b><br />
<i><a href="http://pt.euronews.com/programas/rendez-vous/event/218866/">Euronews, rendez-vous, emitido a partir de 26 de Março</a> </i><br />
<i>Vídeo indisponível</i><br />
<br />
<u><b>Imprensa</b></u><br />
<br />
<b>Graça Morais mostra “Desastres de Guerra” por Agostinho Santos</b><br />
<i><a href="http://cimjn.newspaperdirect.com/epaper/viewer.aspx?issue=21032013012900000000001001&page=42&article=a81042e1-ee27-476e-ace8-eb229db55ca4&key=GGeaKBolvrnCcvlVvI2l1Q==&feed=rss">Jornal de Notícias</a> publicado a 29 de Janeiro 2013, pág. 42</i><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBrmINVs2ey4HtQZcVEdoHg9Zvfh4DmG5t89outxbkCnRJgruO_wo3p99H6k_R31r1fWwyUoakuyLVBSafBh-05k8cX7kU-cNfAqBorfs5tgiCpRtK-GrfirACdOSsNKLzZMfw/s1600/798267_1690387074432930_339396119_o.jpg" imageanchor="1"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBrmINVs2ey4HtQZcVEdoHg9Zvfh4DmG5t89outxbkCnRJgruO_wo3p99H6k_R31r1fWwyUoakuyLVBSafBh-05k8cX7kU-cNfAqBorfs5tgiCpRtK-GrfirACdOSsNKLzZMfw/s320/798267_1690387074432930_339396119_o.jpg" /></a><br />
<br />
<b>Homens, bestas e demónios - Crítica de Arte por Miguel Matos</b><br />
<i><a href="http://timeout.sapo.pt/artigo.aspx?id=2973">Time Out Lisboa</a> publicado a 14 de Fevereiro 2013</i><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRue5WnCumiVFp1fr_RhyphenhyphenMfXlaP74EzfewzUZX3Nfhpgx5zUc7i8rWKUs7GNLsrZCQzx7SKQoOR-LUS7078EguLS0kMUfJ7PhdrjSN_0tvwDmVx88yBWuLFMoDMi41by0sTnJQ/s1600/Time+Out+Gra%C3%A7a+Morais.jpg" imageanchor="1"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRue5WnCumiVFp1fr_RhyphenhyphenMfXlaP74EzfewzUZX3Nfhpgx5zUc7i8rWKUs7GNLsrZCQzx7SKQoOR-LUS7078EguLS0kMUfJ7PhdrjSN_0tvwDmVx88yBWuLFMoDMi41by0sTnJQ/s320/Time+Out+Gra%C3%A7a+Morais.jpg" /></a><br />
<br />
<b>Graça Morais Uma pintura que grita e acusa Entrevista por Maria Leonor Nunes<br />
A Luz das trevas - Crítica de Arte por Maria João Figueiredo</b><br />
<i>Jornal de Letras, Artes e Ideias publicado a 6 de Março 2013, págs. 16 a 20</i><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBchqDgshNg67Jop_a3G0-Sfd2bGymeDAeEcACDhcaynCmyuq5uGtkMGw4DSgMpBr1wCPd5-k7AD4GIy_c9y2DnZdFNYI5O0Sf0hhtJ-QeZ65tbPINQqc1M8JIfzvFdCa5RkHh/s1600/capa1107-c811.jpg" imageanchor="1"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBchqDgshNg67Jop_a3G0-Sfd2bGymeDAeEcACDhcaynCmyuq5uGtkMGw4DSgMpBr1wCPd5-k7AD4GIy_c9y2DnZdFNYI5O0Sf0hhtJ-QeZ65tbPINQqc1M8JIfzvFdCa5RkHh/s320/capa1107-c811.jpg" /></a><br />
<a href="http://www.scribd.com/doc/135348121/Graca-Morais-Jornal-de-Letras-1">PDF 1</a>, <a href="http://www.scribd.com/doc/135348124/Graca-Morais-Jornal-de-Letras-2" target="_blank">PDF 2</a>, <a href="http://www.scribd.com/doc/135348122/Graca-Morais-Jornal-de-Letras-3" target="_blank">PDF 3</a>, <a href="http://www.scribd.com/doc/135348120/Graca-Morais-Jornal-de-Letras-4" target="_blank">PDF 4</a>, <a href="http://www.scribd.com/doc/135348123/Graca-Morais-Jornal-de-Letras-5" target="_blank">PDF 5</a><br />
<br />
<b>Celebrar o Medo - Crítica de Arte por José Luís Porfírio</b><br />
<i>Revista Actual Expresso publicado a 9 de Março 2013</i><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9hx2_FNrZBwRWPrs5yTLhy0I2bPELW8zzux2mTwJeTu3N4bR4UKl_fLXqnM2DNfSsdOtOO61cr2EBIi4Fi4Pb-f9g9JIwnWnxX3LIa5-o48B9z20rSh5zUEnLMmbB0_nvNT-Y/s1600/882732_576138959072439_1682536344_o.jpg" imageanchor="1"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9hx2_FNrZBwRWPrs5yTLhy0I2bPELW8zzux2mTwJeTu3N4bR4UKl_fLXqnM2DNfSsdOtOO61cr2EBIi4Fi4Pb-f9g9JIwnWnxX3LIa5-o48B9z20rSh5zUEnLMmbB0_nvNT-Y/s320/882732_576138959072439_1682536344_o.jpg" /></a><br />
<br />
<b>Graça Morais reúne a sua pintura de guerra por Lina Santos</b><br />
<i>Diário de Notícias publicado a 9 de Março 2013, pág. 38</i><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNIlyAEsY3fa4om7MKbcsjTOXfSk6tSUk1rT8Bg4fH7C_fQwnpDYnaND1eq_PAZbFZfZY_dPDHaE6dG_QPHiKFUL3MCJk0wdSPT18YEr3aKPtEXNz5kIQv7RiMFSrFgCr_XxIm/s1600/886832_471162229606196_743103322_o.jpg" imageanchor="1"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNIlyAEsY3fa4om7MKbcsjTOXfSk6tSUk1rT8Bg4fH7C_fQwnpDYnaND1eq_PAZbFZfZY_dPDHaE6dG_QPHiKFUL3MCJk0wdSPT18YEr3aKPtEXNz5kIQv7RiMFSrFgCr_XxIm/s320/886832_471162229606196_743103322_o.jpg" /></a><br />
<br />
<u><b>Rádio</b></u><br />
<br />
<b>Crise retratada na exposição da pintora Graça Morais<br />
Graça Morais entrevistada por Helena Esteves</b><br />
<i><a href="http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=624152&tm=4&layout=123&visual=61">Antena 1</a> (excerto) emitido 31 de Janeiro 2013</i><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="375" src="http://www.youtube.com/embed/J4hAt8kuJCE?rel=0" width="500"></iframe><br />
<br />
<b>Spot Publicitário - Graça Morais 'Os Desastres da Guerra'</b><br />
<i>Antena 1/Antena 2 - <i>media partnership</i> com a Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva</i><br />
<i>em breve</i><br />
<br />
<div>
<br /></div>
<br />Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-89672316400734154642013-02-27T20:51:00.001Z2013-02-27T20:51:28.048ZGraça Morais entrevistada na SICN sobre a exposição Os Desastres da Guerra <div><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="443" src="http://www.youtube.com/embed/KHmRToEL4Bg?rel=0" width="590"></iframe><br />
</div><br />
A pintora Graça Morais esteve presente na Edição da Noite para falar da sua nova exposição no Museu Arpad-Szénes Vieira da Silva. <a href="http://sicnoticias.sapo.pt/programas/edicaodanoite/2013/02/01/graca-morais-em-entrevista">SIC Notícias</a> 01.02.2013 <br />
<br />
<div><br />
</div>Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-44405837379165124102013-02-26T20:31:00.000Z2013-03-08T12:43:59.986ZGraça Morais Os Desastres da Guerra - Debates<div><br />
</div><div style="text-align: center;"><b><a href="http://gracamorais.blogspot.com/2013/01/os-desastres-da-guerra-de-graca-morais.html">Graça Morais Os Desastres da Guerra</a></b></div><div style="text-align: center;"><i>A exposição estará patente até 14 de Abril de 2013</i></div><br />
<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpyeK-xoFn0k9F8wHlZd-TzDLxEbbadxU_7X6Koi9obpsL80qx-ApHua1otFlSr3oWQ43rt3mhTdXjS1h_lnuINhU3289tCnvGxTJ4u_i6bx-czX8xw53qEhqxqAC13S0tm3Le/s1600/Debates.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpyeK-xoFn0k9F8wHlZd-TzDLxEbbadxU_7X6Koi9obpsL80qx-ApHua1otFlSr3oWQ43rt3mhTdXjS1h_lnuINhU3289tCnvGxTJ4u_i6bx-czX8xw53qEhqxqAC13S0tm3Le/s600/Debates.jpg" /></a><br />
</div><br />
<b>Debates</b><br />
<br />
<b>Que Guerra é esta?</b><br />
9 Março 2013<br />
<br />
15h00 visita guiada pela artista<br />
<br />
16h00 debate com<br />
<b>Guilherme de Oliveira Martins<br />
João Pinharanda<br />
Paulo Moura<br />
Raquel Henriques da Silva</b><br />
<br />
<b>E depois da Guerra?</b><br />
6 Abril 2013<br />
<br />
15h00 visita guiada pela artista<br />
<br />
16h00 debate com<br />
<b>Adelino Gomes<br />
José Manuel dos Santos<br />
José Tolentino Mendonça<br />
Luísa Soares de Oliveira<br />
Viriato Soromenho Marques</b><br />
<br />
<br />
<hr /><br />
PDF <a href="http://www.scribd.com/doc/127615196/Graca-Morais-Os-Desastres-da-Guerra-Debates">aqui</a><br />
<br />
<i><a href="http://fasvs.pt/" target="_blank">Fundação Arpad Szenes-Vieira Da Silva</a><br />
Praça das Amoreiras, 56/58 | 1250-020 Lisboa<br />
<br />
Contactos<br />
T +351 213 880 044 /53<br />
F +351 213 880 039<br />
Email: fasvs@fasvs.pt<br />
<br />
Horário<br />
De Quarta a Domingo das 10h00 às 18h00.<br />
Encerra Segundas, Terças e Feriados.<br />
</i><br />
<div><br />
</div><br />
Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-64552140689450187382013-02-07T02:51:00.000Z2013-02-07T02:51:55.492Z'Graça Morais: a Arte e o Presente' por João Pinharanda<div><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjXTnwxc_gHAVnNNZ7n5CKO_y7n87rKguSWbQLeyo6eSCkYjjaelv1F9u_9feIJkbOKYRCevQkF9sr9aCExOtsZQ3BLFRhANlHXGuGfLtJghWUq3sz5YuBzsBNwco5tpgBjB9Y/s1600/A+Idade+do+Medo+Carv%25C3%25A3o+e+Pastel+sob+Tela+208x178cm+2011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjXTnwxc_gHAVnNNZ7n5CKO_y7n87rKguSWbQLeyo6eSCkYjjaelv1F9u_9feIJkbOKYRCevQkF9sr9aCExOtsZQ3BLFRhANlHXGuGfLtJghWUq3sz5YuBzsBNwco5tpgBjB9Y/s320/A+Idade+do+Medo+Carv%25C3%25A3o+e+Pastel+sob+Tela+208x178cm+2011.jpg" height="400" width="342" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><i>A Idade do Medo Carvão e Pastel sob Tela 208x178cm 2011</i></span></div><br />
<br />
<div style="text-align: right;">Livrai-nos Senhor, da Fome da Peste e da Guerra </div><div style="text-align: right;">(oração medieval)</div><br />
<br />
Pedimos à Arte a eternidade possível: o prolongamento, até aos limites do tempo humano, da memória de cada indivíduo, de cada geração ou de cada civilização. No entanto, a eternidade não se alcança construindo uma cena imóvel, alcança-se pela repetição do efémero, enfrentando o tempo passado e não negando o tempo presente. Cada tempo tem o seu tempo e é ele que resiste para memória futura. <br />
<br />
O trabalho de Graça Morais trata do Tempo e do Lugar. Ela construiu a sua imagem investigando memórias e transformando realidades: a do Portugal rural que mudava e perdia o seu tempo e o seu lugar no Mundo. Através dela vimos Trás-os-Montes agarrando-se à longura do céu, à dureza do ar, à antiguidade da voz, à violência de uma beleza esquecida.<br />
<br />
As duas séries que agora se apresentam, embora encadeando-se nalguns outros momentos anteriores, surgem claramente como sobressalto cívico. Graça Morais reage, já não apenas a um presente que perde o seu passado mas a um presente que perde também o seu futuro. As longas e intensas cenas rurais de Graça Morais olhavam um mundo que lentamente se desagregava, eram uma acção de conservação, uma homenagem. Agora, são uma denúncia, um alerta. O tempo, aqui, é imediato e o espaço também – e ambos desabam vertiginosos sobre nós.<br />
<br />
E, no entanto, cada uma das imagens que ela nos atira, retoma, repete, cita rostos, gestos, cenas que ao longo da história da Arte tantos outros artistas retomaram, repetiram, citaram transformando o quotidiano em alguma coisa capaz de durar para além do instante de um grito – transformando-o em imagens, em símbolos. A crueza do desenho e a aspereza da cor, a ausência dos fundos e o peso das figuras são características e recursos: os riscos que se sobrepõem entre si, as cores que se desencontram dos limites do desenho, os fundos que permanecem nus à espera de mais sangue ou de algum azul sem nuvens. <br />
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Há uma reinventada tradição expressionista na obra de Graça Morais que não encontra nunca tal grau de exasperação na pintura portuguesa que a precede; também não se encontra tal exasperação na literatura ou na música portuguesas. Porque procuramos o céu, se tem cores violentas? Porque erguemos um corpo, se é para ser crucificado? Porque se exibe a carne para um sexo ritualizado? Onde nos conduzem os caretos mascarados, cornudos, demoníacos? Ou as facas de matança e as lâminas das sacholas? <br />
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Talvez essa exasperação – vista na pintura europeia do Norte ou em arcaísmos europeus e não-europeus mas que Graça usa como coisa nossa – liberte uma memória antiga. Memória recalcada que aflora nas expressões populares das festas pagãs (nos Carnavais transmontanos, por exemplo), em momentos exactos da vida rural quotidiana (quando se mata um animal ou um homem, quando uma mulher é violentada, quando se ateia o fogo e arde um palheiro). Memória que a cultura dominante (primeiro católica, depois urbana) se esforça por adormecer ou escamotear sob a capa da inevitabilidade do trabalho, da necessidade da paciência, da santificação da dor, da pacificação social, da civilidade dos costumes. <br />
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Onde nos levam os corpos dobrados sobre a terra, semeando, esperando e arrancando os frutos, dobrados sobre o colo, tecendo ou debulhando, dobrados sobre os joelhos, rezando ou penando? Penso que nos transportam directamente às imagens que a artista agora trabalha: aos indignados da miséria urbana, aos que têm fome e aos que têm raiva, aos sacrificados das pequenas guerras que proliferam como doenças endémicas, às cenas sacrificiais e às cenas de piedade em que cada homem e cada mulher repete os gestos de todos os homens e mulheres de todas as cidades cercadas, queimadas, destruídas: Babilónia, Tróia, Persépolis, Cartago, Estalinegrado, Berlim, Hiroshima, Sarajevo, Bagdade, ... São gestos de morte e gestos de amor: cada um de nós, assassino; cada um de nós, figura de uma piéta. <br />
<br />
Graça Morais usa fotografias da imprensa como fonte. Mas podia usar imagens de obras de Picasso ou Manet, Delacoix ou Goya, David ou Velasquez, Caravaggio ou Miguel Ângelo, Van Eyk ou Ucello, a escultura do Gaulês moribundo ou do Gálata suicida, podia repetir a perda de Euridíce por Orpheu, a dor de Aquiles por Patrócolo, o salvamento de Anquises por Eneias, o golpe de espada de Judite sobre o pescoço de Holofernes, o terno abraço de Isabel e Maria, o peso de Cristo nos braços estremados de sua Mãe... – porque as mais certeiras dessas fotos de imprensa são as que coincidem com os estereótipos de dor e sacrifício, de violência e compaixão definidos nas imagens literárias e teatrais, orais e visuais da cultura ocidental desde a sua formação.<br />
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Qualquer imagem integra a História e constrói a sua própria história. Graça Morais altera escalas, espaços, gestos, posições, direcções, muda protagonistas. Faz tudo para alcançar uma verdade sua que deseja venha a ser universalmente reconhecida. Mas como sempre, são as construções ficcionadas que melhor nos trazem ao coração do real. Entre O <i>3 de Maio de 1808</i> em Madrid de Goya e a <i>Guernica</i> de Picasso olhemos a Execução do Imperador Maximilano, que Manet pintou em 1869 a partir de testemunhos directos. Se compararmos fotos e relatos escritos que o artista consultou com a obra que realizou, veremos alterados todos os elementos da composição e quase irreconhecíveis os laços entre o facto documentado e o facto-pintura. No entanto, é essa pintura que nos traz mais perto da realidade, é essa pintura que eterniza o episódio como mais um exemplo da coreografia do poder e da queda, da morte e do sacrifício, é essa pintura que nos permite transcender o pessoal, o político, até o histórico, para integrar “o que aconteceu” (o facto isolado) no arco de sentidos profundos da tragédia humana. <br />
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O discurso de Graça Morais coincide com a História. Mas usando as imagens dos perigos, dos medos e das sombras que cobrem os caminhos, nos entram em casa e nos assaltam nas ruas de todas as cidades do mundo, ela isola e destaca elementos, compõe situações novas de modo a sentir-se mais próxima de uma verdade transhistórica. Se conhecermos a dureza dessa verdade profunda expulsaremos as sombras e venceremos os medos dos nossos dias de chumbo: é essa a vontade da pintora com a sua pintura. <br />
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Lisboa, 31 de Dezembro de 2012<br />
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João Pinharanda [<i>in Texto do catálogo '<a href="http://gracamorais.blogspot.com/2013/01/os-desastres-da-guerra-de-graca-morais.html">Graça Morais - Os Desastres da Guerra</a>'</i>]<br />
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</div>Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-91268258402757343302013-02-05T20:57:00.000Z2013-02-07T03:56:34.149Z'O Tempo dos Assassinos' por José Manuel dos Santos<div><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOWPhnTqdGaNah91y9ONlJqA_hA4eXv52uNM4R5nW1GWQjB0m_2gLnYkkwOqq1aXBVY5aSVVWCsTzt86TX8X7p4ZriS5HlaMYOUpu8F-Duz7zf7IW6Swtf614VRWAsOgElM7yp/s1600/DSC00016.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOWPhnTqdGaNah91y9ONlJqA_hA4eXv52uNM4R5nW1GWQjB0m_2gLnYkkwOqq1aXBVY5aSVVWCsTzt86TX8X7p4ZriS5HlaMYOUpu8F-Duz7zf7IW6Swtf614VRWAsOgElM7yp/s1600/DSC00016.png" height="317" width="500" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><i>Série A Caminhada do Medo III 2011 Carvão e pastel sobre papel 111 x 150 cm</i></span></div><br />
Somos nós que nos reconhecemos nelas ou são elas que se reconhecem em nós? Na resposta a esta pergunta, marcamos o nosso lugar no mundo. Estas obras dizem o nosso nome, usam a nossa língua, olham-nos no nosso olhar. Arrastam-nos no seu movimento e na sua paragem: fugimos na sua fuga, paralisamos no seu medo, sofremos no seu sofrimento. Delas se pode falar de “terror” e de “piedade”- e era disso que Aristóteles falava quando falava da tragédia.<br />
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Vinda de um mundo que é (ou parece) um mundo sem tempo (o mundo eterno da terra, das suas lentidões e dos seus regressos), a obra de Graça Morais, com o ciclo que aqui se apresenta, cai abruptamente no tempo mais imediato para lhe dar um rosto ( “<i>Tu pintura es el lenzo de Verónica / de ese Cristo sin rostro / que es el tempo</i>”, Octavio Paz).<br />
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“<i>Todos os tempos se julgaram a viver sobre o abismo</i>”, lembra Walter Benjamim. Mas isso não impede que, sob alguns tempos, o abismo seja mais abismo ( “<i>abyssus abyssum invocat</i>”): embora o ovo da serpente esteja às vezes onde não pareça estar, o tempo dos comboios que paravam em Auschwitz não é o tempo em que a imperatriz Sissi atravessava a terra escoltada pelos seus fantasmas. <br />
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“<i>Os cães de caça brincam ainda no pátio, mas a presa não lhes escapará, por muito que corra já pelas florestas</i>”, informa-nos Kafka e as palavras geladas que usa para nos informar apontam para nós. Estes desenhos a pastel e a carvão de Graça Morais (desenhos pintados e pinturas desenhadas) fazem-se a partir das imagens que todos os dias, nas páginas dos jornais e nos écrans das televisões, nos passam pela frente, sem que as consigamos parar ou fazer recuar. Mas, nestes desenhos, a pintora dá ao sensacionalismo um simbolismo, à superficialidade uma fundura, à banalização uma gravidade, ao efémero uma perenidade. E dá uma atenção à indiferença, uma proximidade à distância, uma recusa à aceitação, um juízo de valor ao juízo da realidade. <br />
<br />
“<i>Este é o tempo dos ASSASSINOS</i>”, anuncia Rimbaud. Este é esse tempo tornado nosso. Subitamente, como num verão passado ou num inverno futuro, tudo se atirou a nós como os cães de caça desse judeu de Praga que não conseguia ver uma luz na sua treva. A este movimento que nos empurra para o abismo, para a catástrofe, para o desastre, para o deserto chamamos “crise”. Eu chamei-lhe um dia “a guerra de todos contra todos”. Nesta guerra, a lei é-nos imposta pelo exército do crédito e da dívida - e é uma lei marcial, um big brother bélico, um campo de extermínio planetário. A esta lei tudo foi submetido: o político, o social, o cultural, o humano. Sob o seu poder, cada casa tem uma forca, cada empresa é um teatro de guerra, cada pessoa é um alvo a abater.<br />
<br />
A história da pintura tem muitos “desastres da guerra”. Os de Goya, assim mesmo chamados, fazem-se de crueldade e caos. O de Vieira da Silva ( “<i>Le Désastre ou la Guerre”</i>) traz consigo as lanças de Paolo Uccello. Os de Manet são as várias versões de “<i>A Execução do Imperador Maximiliano</i>” e nelas há a memória do “<i>Tres de Mayo</i>”, de Goya, e dos instantâneos fotográficos do fuzilamento. Os de Picasso são a “<i>Guernica</i>”( com os seus muitos estudos e esboços) e tudo nela é morte, noite e gume ( Não, a pintura não se fez para decorar casas. É um instrumento de guerra ofensivo e defensivo contra o inimigo”, disse o pintor). O de Anselm Kiefer é o da “<i>Todesfuge</i>” e traz-nos Paul Celan: “<i>Leite negro da madrugada bebemo-lo ao entardecer / Bebemo-lo ao meio-dia e pela manhã bebemo-lo de noite/ Bebemos e bebemos/ Cavamos um túmulo nos ares aí não ficamos apertados/(…) Açula os seus mastins contra nós oferece-nos um túmulo no ar/ Brinca com as serpentes e sonha - a morte é um mestre da Alemanha</i>”. <br />
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Este ciclo de Graça Morais, feito de duas séries, tem esta ascendência, esta genealogia, esta linhagem. As suas armas dão-lhe uma heráldica de alerta e de protesto. À crueldade do mundo ela opõe a crueldade da imagem dele – no seu expressionismo trágico há aviso e repulsa.<br />
A pintora conta que, muito nova e como tantos outros, estava em Paris a ver pintura. Ia aos museus e perguntava o que fazer com aquelas imagens que não lhe abandonavam os olhos. Um dia, foi ao cinema onde se estreara “<i>A Árvore dos Tamancos</i>” e esse filme deu-lhe resposta à sua pergunta. Decidiu trocar a cidade de todos os futuros pela terra de todos os passados – a sua, Trás-os-Montes. Nessa hora altiva, Graça tornou-se o que era e aprendeu o que já sabia: na terra que nos dá os frutos que alimentam, vivem também os vermes que destroem. Ela sabe que o humano e o inumano se misturam, mas que é preciso reconhece-los, distingui-los, separá-los, nomeá-los. É a esse processo químico, uma espécie de electrólise do espírito, que podemos chamar moral. <br />
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Este ciclo que agora se apresenta é, na obra longa e contínua de Graça, a marcação nítida de uma metamorfose. A arte, que é a vida das formas, dá aqui forma ao medo do mundo. O que une todas as fases (digo “fases” no sentido em que se diz “fases da lua”) da obra de Graça Morais é aquilo a que Alberto Moravia, falando do autor de “<i>Accattone</i>” e do “<i>Evangelho Segundo S. Mateus</i>” afirma: “ Pasolini escreveu que a piedade morrera. Ele entendia a piedade no sentido da relação religiosa com o real, isto é, o contrário da impiedade que ele via triunfar no hedonismo de massa.” Se, da sua madrugada ao seu entardecer, atravessarmos a obra de Graça Morais, vemos que o sentimento sagrado do real é o seu santo e a sua senha. <br />
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Neste ciclo, ao mostrar desastres, destruições, destituições, destroços, vitórias, dominações, euforias, dores, a pintora faz uma teologia-antropologia do nosso tempo (nesta série o tema da Pietà é insistido). Aqui, o esgar do atleta que vence está próximo do esgar do prisioneiro que é derrotado. Aqui, há mortos, vivos, assassinos, assassinados, fugitivos, refugiados, perseguidos, perseguidores, carrascos, vítimas, culpados, inocentes, mães, filhos, anjos, demónios. Aqui, há violência, crueldade, exaltação, pânico, perseguição, fuga, terror, sofrimento, piedade. Aqui, há a miséria do mundo, a violência da vida, a máscara da morte. Aqui, há bichos que são homens e homens que são bichos. Aqui, estão todos, mas não valem todos o mesmo. <br />
<br />
Agora, estou a caminho do atelier de Graça Morais, na Costa do Castelo. Vou acompanhado de um amigo. Ele é transmontano como ela e eles falam disso como os iniciados falam da sua iniciação e do seu templo. Continuam a falar e eu oiço-os, suspenso da minha exclusão. Depois, a artista começa a mostrar-nos a sua arte. Vemos fotografias de jornais e vemos as obras que ela fez a partir daí (“imitação” no sentido aristotélico, citação icónica e plágio metafísico, digo eu). De repente, o atelier é o mundo. Subitamente, o atelier é o medo. Ela fala e mostra. Mostra e fala. Fala da mãe como origem, fonte, terra, memória. Fala da vida e destes dias que a negam. Fala e aponta para um desenho: aí um homem leva ao colo outro homem. Então, diz: “<i>Nesta crise, todos trazemos alguém ao colo: um desempregado, um desalojado, um faminto, um doente, um deprimido, um abandonado.</i>” <br />
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Numa das suas parábolas mais terríveis, Franz Kafka conta que os leopardos entraram no templo e beberam o conteúdo dos vasos sagrados. Essa profanação repetiu-se com regularidade e método, tornando-se previsível. Acabou por pertencer ao ritual e passou a fazer parte da cerimónia. <br />
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Estamos num tempo entre estes dois tempos: o tempo da surpresa - medo do horror e o tempo da sua aceitação - normalização. Neste tempo entre esses dois tempos, a nossa responsabilidade é evitar a aceitação do inaceitável e a profanação do sagrado. O nosso dever é impedir a banalidade do mal (Hannah Arendt). Sophia de Mello Breyner, que Graça tanto admira, afirma: “<i>Não aceitamos a fatalidade do mal. Como Antígona, a poesia do nosso tempo diz: «Eu sou aquela que não aprendeu a ceder aos desastres». Há um desejo de rigor e de verdade que é intrínseco à íntima estrutura do poema e que não pode aceitar uma ordem falsa. // O artista não é, e nunca foi, um homem isolado que vive no alto duma torre de marfim. O artista, mesmo aquele que mais se coloca à margem da convivência, influenciará necessariamente, através da sua obra, a vida e o destino dos outros. Mesmo que o artista escolha o isolamento como melhor condição de trabalho e criação, pelo simples facto de fazer uma obra de rigor, de verdade e de consciência, ele irá contribuir para a formação duma consciência comum. Mesmo que fale somente de pedras ou de brisas a obra do artista vem sempre dizer-nos isto: Que não somos apenas animais acossados na luta pela sobrevivência mas que somos, por direito natural, herdeiros da liberdade e da dignidade do ser</i>”. <br />
<br />
Estas obras de Graça Morais são o sinal de uma responsabilidade e de um dever. São feitas de alerta e de alarme. Mas, nesse alerta e nesse alarme, acende-se a possibilidade de que Kafka não tenha inteiramente razão quando afirma: “<i>Existe esperança, esperança infinita, mas não para nós</i>”. Porque, como diz Walter Benjamin, “<i>é àqueles que não têm esperança que a esperança deve ser dada</i>”.<br />
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Lisboa, Janeiro de 2013<br />
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José Manuel dos Santos <i>[in Texto do catálogo '<a href="http://gracamorais.blogspot.com/2013/01/os-desastres-da-guerra-de-graca-morais.html">Graça Morais - Os Desastres da Guerra'</a>]</i><br />
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</div>Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-48047337031614139612013-01-23T16:06:00.000Z2013-02-06T06:18:13.325Z'Os Desastres da Guerra' de Graça Morais na Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva<div><br />
</div><h3 style="text-align: center;">Os Desastres da Guerra, pintura e desenho de Graça Morais <br />
31 de Janeiro · 14 de Abril de 2013</h3><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3ABGLLjDgrddh5xEXTFivMRbIoJmKOxoYrYerywwQioRCC-3Vk8KyJF6i3f1p0bzwmr4PZDGsYEZ3h6MLZvlSb281pTfQMqDCGqdoh8eQy7glWpcpBq24AZOtjM6yqAKXhu32/s1600/Desastres+da+Guerra.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3ABGLLjDgrddh5xEXTFivMRbIoJmKOxoYrYerywwQioRCC-3Vk8KyJF6i3f1p0bzwmr4PZDGsYEZ3h6MLZvlSb281pTfQMqDCGqdoh8eQy7glWpcpBq24AZOtjM6yqAKXhu32/s320/Desastres+da+Guerra.png" height="420" width="293" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;"><i>Série Sombras do Medo 2012 Pastel e carvão sobre papel 111,3 x 75,8cm</i></span></span></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwfJI80t8gtsf_6S65GeUlPGX5mTB1o07-6KcJHHyUXn_lUYDMUK4apmTVqzfLUwoZknW0dr77UyMdQYl6ihxBX6udBlP8tWyzjjFEHRib_a7-0-TEu7N3laZFjKCAvrG8Etcd/s1600/15.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwfJI80t8gtsf_6S65GeUlPGX5mTB1o07-6KcJHHyUXn_lUYDMUK4apmTVqzfLUwoZknW0dr77UyMdQYl6ihxBX6udBlP8tWyzjjFEHRib_a7-0-TEu7N3laZFjKCAvrG8Etcd/s1600/15.jpg" height="400" width="276" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><i> Série Sombras do Medo 2012 Pastel e Carvão sobre papel 111,3 x 75,8 cm</i></span></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><i><b><a href="http://gracamorais.blogspot.com/2012/09/sombras-do-medo-pinturas-e-desenhos-de.html">Sombras do Medo</a></b></i><br />
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<i>Pinturas nas quais homens e mulheres se transmutam em animais.<br />
Animais que ganham a força dos heróis.<br />
Anjos que carregam nos seus braço seres que são resgatados do Inferno e dos desastres das guerras e das doenças.<br />
Piètas que revelam a natureza humana numa recusa em aceitar a fatalidade da maldade sem rosto que ensombra a Terra.<br />
Estas pinturas e desenhos são o meu grito de alerta e revolta perante um mundo que apreendo através dos jornais, das televisões e dos media e que também sinto no olhar das pessoas com quem me cruzo no meu quotidiano, numa cumplicidade de olhares, cheios de dignidade mas também de muito sofrimento.</i><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1KgO4MF31Gu0Pf4MH1gg4XllY0ljpRGfsbvxNPOqohbYiTnZ8ApXWP0bBjhz_C9ILvgV-_8HbQ2PE6JbBfdjsWK1z3El9OmwtCsLkk8vxchOJdgxwCn9T_DKK7sC7LLhSXHU3/s1600/S%25C3%25A9rie+A+caminhada+do+Medo+VII+2011+Pastel+e+carv%25C3%25A3o+s+papel+102+x+152+cm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1KgO4MF31Gu0Pf4MH1gg4XllY0ljpRGfsbvxNPOqohbYiTnZ8ApXWP0bBjhz_C9ILvgV-_8HbQ2PE6JbBfdjsWK1z3El9OmwtCsLkk8vxchOJdgxwCn9T_DKK7sC7LLhSXHU3/s1600/S%25C3%25A9rie+A+caminhada+do+Medo+VII+2011+Pastel+e+carv%25C3%25A3o+s+papel+102+x+152+cm.jpg" height="305" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><i> <span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Série A caminhada do Medo VII 2011 Pastel e carvão s papel 102 x 152 cm</span></span></i></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><i><b><a href="http://gracamorais.blogspot.com/2011/10/graca-morais-2011-caminhada-do-medo.html">A Caminhada do Medo</a></b></i><br />
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<i>Fuga do Caos e do Abismo.<br />
São milhões de seres humanos que migram em busca de um futuro melhor. Fugidos de guerras, de genocídios, do terrorismo, de catástrofes naturais, lutando numa cruzada contra a fome, a doença, as injustiças sociais e as perseguições políticas.<br />
É através destas pinturas que faço uma reflexão profunda sobre a resistência de mulheres e homens que procuram o seu lugar na Terra, lugar no qual recusam a fatalidade do Medo e a indignidade do Mal.</i><br />
<br />
<i>Graça Morais</i><br />
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<div style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>· · ·</b></span></span></div><br />
(...) <b>O trabalho de Graça Morais trata do Tempo e do Lugar</b>. Ela construiu a sua imagem <b>investigando memórias e transformando realidades</b>: a do Portugal rural que mudava e perdia o seu tempo e o seu lugar no Mundo. Através dela vimos Trás-os-Montes agarrando-se à longura do céu, à dureza do ar, à antiguidade da voz, à violência de uma beleza esquecida.<br />
<br />
<b>As duas séries que agora se apresentam, (…), surgem claramente como sobressalto cívico</b>. Graça Morais <b>reage, já não apenas a um presente que perde o seu passado mas a um presente que perde também o seu futuro.</b> As longas e intensas cenas rurais de Graça Morais olhavam um mundo que lentamente se desagregava, eram uma acção de conservação, uma homenagem. Agora, são uma denúncia, um alerta. O tempo, aqui, é imediato e o espaço também – e ambos desabam vertiginosos sobre nós.<br />
E, no entanto, <b>cada uma das imagens que ela nos atira, retoma, repete, cita rostos, gestos, cenas que ao longo da história da Arte tantos outros artistas retomaram, repetiram, citaram transformando o quotidiano em alguma coisa capaz de durar para além do instante de um grito </b>– transformando-o em imagens, em símbolos. (...)<br />
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<b>Há uma reinventada tradição expressionista na obra de Graça Morais que não encontra nunca tal grau de exasperação na pintura portuguesa que a precede; também não se encontra tal exasperação na literatura ou na música portuguesas.</b> Porque procuramos o céu, se tem cores violentas? Porque erguemos um corpo, se é para ser cruxificado? Porque se exibe a carne para um sexo ritualizado? Onde nos conduzem os caretos mascarados, cornudos, demoníacos? Ou as facas de matança e as lâminas das sacholas?<br />
(...)<br />
<br />
Onde nos levam os corpos dobrados sobre a terra, semeando, esperando e arrancando os frutos, dobrados sobre o colo, tecendo ou debulhando, dobrados sobre os joelhos, rezando ou penando? Penso que nos transportam directamente às imagens que a artista agora trabalha: <b>aos indignados da miséria urbana, aos que têm fome e aos que têm raiva, aos sacrificados das pequenas guerras que proliferam como doenças endémicas, às cenas sacrificiais e às cenas de piedade em que cada homem e cada mulher repete os gestos de todos os homens e mulheres de todas as cidades cercadas, queimadas, destruídas:</b> Babilónia, Tróia, Persépolis, Cartago, Estalinegrado, Berlim, Hiroshima, Sarajevo, Bagdade, ... São gestos de morte e gestos de amor: cada um de nós, assassino; cada um de nós, figura de uma <i>piéta</i>.<br />
<br />
Graça Morais usa fotografias da imprensa como fonte. (…) [Mas] Graça Morais altera escalas, espaços, gestos, posições, direcções, muda protagonistas. Faz tudo para alcançar uma verdade sua que deseja venha a ser universalmente reconhecida. [E, como sempre, são as construções ficcionadas que melhor nos trazem ao coração do real. Vejamos os casos de <i>O 3 de Maio de 1808</i> em Madrid de Goya, da<i> Guernica</i> de Picasso ou da <i>Execução do Imperador Maximilano</i>, que Manet pintou em 1869. <b>São essas pinturas que nos permitem] transcender o pessoal, o político, até o histórico, para integrar “o que aconteceu” (o facto isolado) no arco de sentidos profundos da tragédia humana.”</b><br />
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João Pinharanda <i>(Excertos do texto 'Graça Morais: a Arte e o Presente' do catálogo)</i><br />
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Os Desastres da Guerra, pintura e desenho de Graça Morais, inaugura o ciclo de exposições temporárias do ano de 2013, na Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva. Comissariada por João Pinharanda, a exposição tem o apoio mecenático da Fundação EDP. A exposição inaugura no dia 31 de Janeiro de 2013 pelas 18h30 e vai estar patente ao público até 14 de Abril de 2013.<br />
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<a href="http://www.scribd.com/doc/121793263/Graca-Morais-Os-Desastres-da-Guerra-no-Museu-Arpad-Szenes-Vieira-da-Silva-press-release">Press release</a><br />
<a href="http://www.scribd.com/doc/121793259/Graca-Morais-Os-Desastres-da-Guerra-no-Museu-Arpad-Szenes-Vieira-da-Silva-convite">Convite</a><br />
<a href="http://www.scribd.com/doc/122855703/Graca-Morais-exhibition-The-Disasters-of-War-at-the-Arpad-Szenes-Vieira-da-Silva-Foundation">The Disasters of War, paintings and drawings by Graça Morais, at the Arpad Szenes-Vieira da Silva Foundation (English booklet) </a><br />
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<hr /><br />
<a href="http://fasvs.pt/">Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva</a> | Praça das Amoreiras, 56/58 1250-020 Lisboa | Tel.( 351) 21 388 00 44/53 | Email. fasvs@fasvs.pt<br />
Horário: De Quarta a Domingo, das 10h00 às 18h00. Encerra Segunda, Terça-feira<br />
e feriados.<br />
<div><br />
</div><br />
Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-18697358804369309822012-09-19T20:51:00.000+01:002013-01-23T21:11:31.867Z'Sombras do Medo' - Pinturas e Desenhos de Graça Morais<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<h3>
<b>Sombras do Medo</b></h3>
<div style="text-align: center;">
</div>
<h4>
Pinturas e Desenhos de Graça Morais | Galeria Gomes Alves </h4>
</div>
<div style="text-align: center;">
<b>Inauguração dia 21 de Setembro às 22 horas</b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZvBYkIh51hTdJrATFO0XRBtDzR7vC8xafgtQzpSAw2728jUf835WRKOCYfGa0rUZqqXTHktH5PVd8NXBswJM4hz9N704vsvQZUMkAkZnFavHX2fHrlfFQQzoj96a6R-wYAv7i/s1600/S%25C3%25A9rie+Sombras+do+Medo+2012+S%25C3%25A9pia+e+grafite+sobre+papel+29%252C5+x+42+cm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZvBYkIh51hTdJrATFO0XRBtDzR7vC8xafgtQzpSAw2728jUf835WRKOCYfGa0rUZqqXTHktH5PVd8NXBswJM4hz9N704vsvQZUMkAkZnFavHX2fHrlfFQQzoj96a6R-wYAv7i/s400/S%25C3%25A9rie+Sombras+do+Medo+2012+S%25C3%25A9pia+e+grafite+sobre+papel+29%252C5+x+42+cm.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: x-small;">Série “Sombras do Medo” 2012, Sépia e grafite sobre papel, 29,5 x 42 cm</span><br />
</i></div>
<br />
Inauguração da exposição 'Sombras do Medo' de pinturas e desenhos inéditos de Graça Morais na Galeria Gomes Alves no dia 21 de Setembro, pelas 22 horas com a presença da artista. A exposição estará patente ao público até dia 7 de Novembro de 2012.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWeEzMk4hSefHngYgWjIxdZVIQ9-LIhCQIf7JxjsVKAUkUl8TEbcaI_HpaLzufwM9MAMegSVgElJ6pFH-4NfheLB0v5ONNN1NpU4bfETnnY-CCvD-FQD2KkbibMuLBeVgMKtzo/s1600/S%C3%A9rie+Sombras+do+Medo+2012+Pastel+e+Carv%C3%A3o+sobre+papel+111,3+x+75,8+cm+(2).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWeEzMk4hSefHngYgWjIxdZVIQ9-LIhCQIf7JxjsVKAUkUl8TEbcaI_HpaLzufwM9MAMegSVgElJ6pFH-4NfheLB0v5ONNN1NpU4bfETnnY-CCvD-FQD2KkbibMuLBeVgMKtzo/s400/S%C3%A9rie+Sombras+do+Medo+2012+Pastel+e+Carv%C3%A3o+sobre+papel+111,3+x+75,8+cm+(2).jpg" width="271" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: x-small;">Série “Sombras do Medo” 2012, Pastel e Carvão sobre papel, 111,3 x 75,8 cm</span></i></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgheML40PTb9uQ-hmyXDeDIVMZl_R0Y9jgykm2UBCu41MCUsyIYnVdhLnuJ3Zwxs8rz3_RREpHJUhsC9VXFb5DEhjIclfaYq9p6J8kpwIdJlqwVssdvO78ammRmR5ayXE1wQ8gV/s1600/S%C3%A9rie+Sombras+do+Medo+2012+Pastel+e+Carv%C3%A3o+sobre+papel+111,3+x+75,8+cm+(3).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgheML40PTb9uQ-hmyXDeDIVMZl_R0Y9jgykm2UBCu41MCUsyIYnVdhLnuJ3Zwxs8rz3_RREpHJUhsC9VXFb5DEhjIclfaYq9p6J8kpwIdJlqwVssdvO78ammRmR5ayXE1wQ8gV/s400/S%C3%A9rie+Sombras+do+Medo+2012+Pastel+e+Carv%C3%A3o+sobre+papel+111,3+x+75,8+cm+(3).jpg" width="273" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: x-small;">Série “Sombras do Medo” 2012, Pastel e Carvão sobre papel, 111,3 x 75,8 cm</span></i></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcBwbdCi1aQ6lTTeXhPUvepx5iNBt3vhN1kiTUHl5MEYJVHjFwzuvkCpjjTmo2FkoQG5PC5qxH56YPpWe2Pkks-yG1dXQt7nB74Xxobe0QqdrbtBKUODDwd8aAqOTmhZA6rm2H/s1600/S%C3%A9rie+Sombras+do+Medo+2012+Pastel+e+Carv%C3%A3o+sobre+papel+111,3+x+75,8+cm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcBwbdCi1aQ6lTTeXhPUvepx5iNBt3vhN1kiTUHl5MEYJVHjFwzuvkCpjjTmo2FkoQG5PC5qxH56YPpWe2Pkks-yG1dXQt7nB74Xxobe0QqdrbtBKUODDwd8aAqOTmhZA6rm2H/s400/S%C3%A9rie+Sombras+do+Medo+2012+Pastel+e+Carv%C3%A3o+sobre+papel+111,3+x+75,8+cm.jpg" width="273" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: x-small;">Série “Sombras do Medo” 2012, Pastel e Carvão sobre papel, 111,3 x 75,8 cm</span></i></div>
<br />
<br />
<hr />
<b><span style="font-size: x-small;">Galeria Gomes Alves</span></b><br />
<span style="font-size: x-small;">Rua Gravador Molarinho, 4820-142 Guimarães, Portugal</span><br />
<span style="font-size: x-small;">Horário: Terça a Sábado, 10h30 às 13h00 e 15h30 às 19h30</span><br />
<span style="font-size: x-small;"><a href="https://www.facebook.com/pages/Galeria-Gomes-Alves/162516477178892">Facebook</a></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><a href="http://www.galeriagomesalves.com/">Site</a></span><br />
<br />
<div>
<br /></div>
Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0Rua Gravador Molarinho, 4820-142 Guimarães, Portugal41.4430221 -8.293583241.4415341 -8.2960507 41.4445101 -8.2911157tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-4910702135646933972012-07-13T19:21:00.001+01:002012-07-13T19:21:35.580+01:00O Sagrado e o Profano: Graça Morais no Convento de Santo António, Loulé<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwsXV52cc0a1drPeM8gK581P-5MoWRRVvRBbKFyP_wCBOwjj1zSm4sXG3QQHXiaUoZ68XlNy4XAiXpclJeTOEZQlnMGoaRqesX-O61QleMOYst7O1rVnB2qIi4lqwcx1SFlc_e/s1600/Gra%25C3%25A7a+Morais+Loule+cover.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwsXV52cc0a1drPeM8gK581P-5MoWRRVvRBbKFyP_wCBOwjj1zSm4sXG3QQHXiaUoZ68XlNy4XAiXpclJeTOEZQlnMGoaRqesX-O61QleMOYst7O1rVnB2qIi4lqwcx1SFlc_e/s400/Gra%25C3%25A7a+Morais+Loule+cover.png" width="290" /></a></div>
<br />
Inaugura no próximo dia 14 de Julho, pelas 19h00, no Convento de Santo António, a Exposição de Pintura “O Sagrado e o Profano: Graça Morais no Convento de Santo António, Loulé”.<br />
<br />
Esta Exposição é composta por obras que fazem parte da colecção da Fundação Paço d'Arcos.<br />
<br />
<hr />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdeHf4hzpLlJ_D2B_v8s9EMoX-2XSrnIhiNqpRTs2l1V4y_VfYkeCHAf_RfDKwUaU4aKVeswGCFj4CCZKnT1M18Am-sUOg9hDY25vcsWX4-02Op68d6kT56CAof5PdhZBbpAaY/s1600/Sophia+e+o+Anjo+1987.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdeHf4hzpLlJ_D2B_v8s9EMoX-2XSrnIhiNqpRTs2l1V4y_VfYkeCHAf_RfDKwUaU4aKVeswGCFj4CCZKnT1M18Am-sUOg9hDY25vcsWX4-02Op68d6kT56CAof5PdhZBbpAaY/s400/Sophia+e+o+Anjo+1987.png" width="302" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Sophia e o Anjo, 1987<br />
Acrílico s/papel, 153 x 122cm</i></div>
<br />
Desejo através dos meus quadros ter consciência de quem sou, questionar a minha existência, afirmar a minha identidade construída através de sinais, símbolos, imagens, memórias de uma realidade que me liga ao universo.<br />
<br />
Com a minha pintura quero construir um espaço diferente e único, onde possa defender a minha personalidade nestes tempos de grande massificação. A reflexão que faço do mundo está toda nos quadros que pinto. O quadro é um território íntimo, de magia, onde a linha e a cor, o espaço e a luz aparecem carregados de profunda espiritualidade.<br />
<br />
<i>Graça Morais, 17 de Julho de 2000, Folha de um Diário</i><br />
<br />
<b>Máscaras de Graça Morais</b><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-cq1KkAGvIEg0n9h1V-g0LSqTUGJmyQH48umnv-N69eO5SSClK7qZO6-AMFOFPyPPATUziPp9Tog7cfD0OuQl2K-msGIq_nIe62QUQJXlHLIlZyQtXCKnPrvfx4n3rjfxl_aA/s1600/M%C3%A1scaras+X+1988.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-cq1KkAGvIEg0n9h1V-g0LSqTUGJmyQH48umnv-N69eO5SSClK7qZO6-AMFOFPyPPATUziPp9Tog7cfD0OuQl2K-msGIq_nIe62QUQJXlHLIlZyQtXCKnPrvfx4n3rjfxl_aA/s400/M%C3%A1scaras+X+1988.png" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Máscaras (X), 1988<br />
Acrílico, carvão e sanguínea sobre papel, 52 x 72cm</i></div>
<br />
A artista reúne aqui, nos temas e épocas de realização deste conjunto de peças, períodos significativos do seu trabalho como pintora e como desenhadora. As obras apresentadas constituem parte igualmente significativa da colecção de arte da Fundação Paço d’Arcos. Finalmente, o lugar que as acolhe, uma Igreja associada ao antigo Convento de Santo António, em Loulé, intensifica o sentido de interrogação e perplexidade, desafio e aceitação de contrários que deu sentido ao projecto de Graça Morais no contexto da criação de cada uma destas obras.<br />
<br />
Sendo hoje um espaço sem culto, a referida Igreja continua a repercutir, nas suas formas arquitectónicas e escassos elementos decorativos sobreviventes à voragem dos séculos, a imagem de lugar sacralizado. Face a esta força primordial do espaço tudo nos conduziu para que, no contexto da vasta quantidade de obra de Graça Morais integrada na Colecção Paço d’Arcos, escolhêssemos um número vasto mas coeso de peças, cuja lógica nos faz percorrer a prática e o pensamento da artista desde os anos de 1980 ao presente século.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipRuxospXj-I8zDczJfWhOHGL_AMA8bRlvAkEKzleSAjxE8hY4B0NILD4Mo3gamwYezSutfkOocSwD-ngXitvw5VulCHbEJCVgcZc6uUAmnLXzZHv49ELykdjDHjDw86IHWc-e/s1600/O+Interdito+Transfigurado+1987.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipRuxospXj-I8zDczJfWhOHGL_AMA8bRlvAkEKzleSAjxE8hY4B0NILD4Mo3gamwYezSutfkOocSwD-ngXitvw5VulCHbEJCVgcZc6uUAmnLXzZHv49ELykdjDHjDw86IHWc-e/s400/O+Interdito+Transfigurado+1987.png" width="301" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i>O Interdito Transfigurado 1987<br />
Acrílico s/ tela, 146 x 114cm</i></div>
<br />
A temática revela períodos de forte inquietação e reflexão da artista a propósito do fenómeno religioso no mundo actual. Evidentemente, não estamos perante obras religiosas, passíveis de integrar sem polémica um espaço de culto católico. Em cada momento as referências históricas e iconográficas são subvertidas quer no jogo interior das imagens quer no jogo entre as imagens e os títulos. Nas suas composições cruzam-se e sobrepõem-se, fundem-se, a iconografia religiosa e pagã, a história da pintura antiga e actual, a intromissão do quotidiano contemporâneo, a natureza animal e a humanizada, o lugar que concede à Mulher e a sua própria imagem como elemento auto-biográfico – no seu conjunto, estas pinturas e desenhos, constroem um discurso carregado de simbologias complexas, que nos permitem múltiplas soluções de descodificação.<br />
<br />
Desenho e pintura convivem nas obras de Graça Morais de um modo estimulante. Muitas vezes desafiando-se e colaborando, mantendo identidades diversas mas construindo um discurso coerente. Há histórias implícitas em cada imagem – são narrativas religiosas ou ritualizadas, auto-biográficas, do quotidiano rural arcaico ou mais raramente (e recentemente) introduzindo elementos urbanos. Porém, em cada momento, a tensão formal, entre linha e mancha, traço e cor (coincidindo ou descoincidindo) e também o desejo de síntese dos elementos narrativos torna mais complexos os planos, os espaços e os tempos – de tal modo que cada obra, fazendo-se de uma acumulação de acções deve ser vista, de facto, como a captação de um instante extremamente denso da vida.<br />
<br />
Esse instante dramático, capturado em cada imagem (imagem de imagens, tempo de tempos, espaço de espaços...), exibe uma intensidade que nos remete para um expressionismo erudito e histórico mas também popular e arcaico; e exige de nós uma identificação quase física com o motivo, como se, por reflexão e forçadamente, fossemos incluídos na superfície da tela ou do papel.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0yeqJu_tkbpn25Fe5OAfWh6LLMIDFQfhk-n5HmTs5gedxEwWlt3oSYKeh_PfySSLk8FGoZ14n-rApl3oN8VKVQlGdxCPOLL5FHPFKUy9tkY_jRhjKKj_GS745ZgcE_bShK5FX/s1600/Lamento+da+gaivota+%C3%A0+m%C3%A3e+de+Vasco+da+Gama+2005.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="340" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0yeqJu_tkbpn25Fe5OAfWh6LLMIDFQfhk-n5HmTs5gedxEwWlt3oSYKeh_PfySSLk8FGoZ14n-rApl3oN8VKVQlGdxCPOLL5FHPFKUy9tkY_jRhjKKj_GS745ZgcE_bShK5FX/s400/Lamento+da+gaivota+%C3%A0+m%C3%A3e+de+Vasco+da+Gama+2005.png" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Lamento da Gaivota à mãe de Vasco da Gama, 2005<br />
Carvão e pastel sobre tela 178 x 208cm</i></div>
<br />
Ouve-se a dor da mãe de Vasco da Gama, transfigurada em gaivota e desumanizada na sua angústia (<i>Lamento da Gaivota à mãe de Vasco da Gama</i>, 1985), sente-se a tensão dos pesos opostos (a razão apolínia e a desrazão dionisíaca) desequilibrando a balança que o Anjo segura (<i>Sophia e o Anjo</i>, 1987). Em <i>Salomé</i> (1987) e <i>Judith </i>(1987) duvidamos das cabeças masculinas que deceparam: sente-se a sombra, quer da troca dos protagonistas quer da consumação, por interposição do mito pagão de Leda, de uma violação não consumada. Nas cenas da Paixão de Cristo, a sobreposição de tempos e corpos, atribui uma forte dimensão de erotismo ao sofrimento (<i>Interdito Transfigurado</i>, 1987 ou O<i> Mistério do Último Instante</i>, 1987, por exemplo).<br />
<br />
A inquietante ambiguidade do ser masculino/feminino, detentor de um poder simultaneamente religioso e político que Graça Morais fixa em <i>Mapas e o Espírito da Oliveira</i> (a obra mais antiga da selecção, 1984 ) parece presidir ao conjunto de todas as outras cenas. Do mesmo modo que, na longa série de pinturas sobre papel (<i>O Sagrado e o Profano</i>, 1985-86), parece estar contido o desenvolvimento e complexificação das futuras projecções sobrepostas de tempos, sentidos e espaços de que vimos falando.<br />
<br />
Graça Morais concretiza um re-contar de histórias universais eliminando as fronteiras de cada uma delas, não simplificando o mundo da narrativa e da pintura mas enriquecendo-o. Para tal coloca-se muitas vezes atrás de uma máscara e oferece-nos também um lugar atrás das máscaras que pinta: não para se esconder nem para nos escondermos dos outros e do mundo, apenas para o vermos melhor.<br />
<br />
<i>João Pinharanda (Comissário)</i><br />
<i>Bragança, 30 de Junho 2012</i><br />
<br />
<hr />
<br />
A Exposição vai estar patente ao público até 15 de Setembro, nos seguintes horários: de Segunda a Sexta, das 14h00 às 20h00, Sábados e feriados, das 10h00 às 14h00. Encerra aos Domingos. <br />
<br />
<i>Acesso: Junto à estrada para Boliqueime, no prolongamento da Rua de Nossa Senhora da Piedade.</i><br />
<i>Contacto para mais informações: Divisão de Cultura e Património Histórico da Câmara de Loulé: Tel. 289 400 600 E-mail: cmloule@cm-loule.pt</i><br />
<br />
<div>
<br /></div>
<br />Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com1Loulé, Portugal37.1375348 -8.023407736.732487299999995 -8.6551217 37.5425823 -7.3916937tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-54128596391918416562012-05-18T14:28:00.001+01:002013-01-23T21:10:15.087ZTapeçarias de Portalegre | Centro de Arte Contemporânea Graça Morais<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Nós na Arte - Tapeçaria de Portalegre e Arte Contemporânea</b></div>
<div style="text-align: center;">
Centro de Arte Contemporânea Graça Morais</div>
<div style="text-align: center;">
Inauguração hoje, 18 de Maio 2012, às 21:30 horas</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKwcBT761ppBnL6JIzGIttrbtDoz-L9VppHRDNbENAsl4Dq_Q3hPID9Bc-Iq9RsEc4fxH2ZZzagbyOb5qHEqnJBHSIyvDxPNaI6ACIGrcbvS42hZlYGuUwA_S3fXECZl2DZWx3/s1600/Thumbnail.axd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: -1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKwcBT761ppBnL6JIzGIttrbtDoz-L9VppHRDNbENAsl4Dq_Q3hPID9Bc-Iq9RsEc4fxH2ZZzagbyOb5qHEqnJBHSIyvDxPNaI6ACIGrcbvS42hZlYGuUwA_S3fXECZl2DZWx3/s640/Thumbnail.axd.jpg" width="600" /></a></div>
<br />
Recordo a minha primeira visita à manufactura de Portalegre, em finais dos anos 80. Era a primeira vez que um cartão de minha autoria se transformava numa tapeçaria de enorme beleza. Chamei-lhe Amanlis e é uma peça de grandes dimensões.<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn-6Lt0uK8_tl0eacPpRpddE9sRbK7NMKv6nfcleusyC5VdaxR5cSP5UCi1gig1lh905kyMwEVWg_02rCwDEwNxmfPFGgUDleN0AU61TKjActreeiimvWnycE-8LkhIFLG8Js3/s1600/graca_morais.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn-6Lt0uK8_tl0eacPpRpddE9sRbK7NMKv6nfcleusyC5VdaxR5cSP5UCi1gig1lh905kyMwEVWg_02rCwDEwNxmfPFGgUDleN0AU61TKjActreeiimvWnycE-8LkhIFLG8Js3/s200/graca_morais.jpg" width="183" /></a>Foram feitos sete exemplares dos quais alguns podem ser vistos na Câmara Municipal de Lisboa (Campo Grande), na Reitoria da Universidade Técnica de Lisboa, na Sede do Montepio Geral e na Fundação Mário Soares.<br />
<br />
Reparei que o grande segredo da tapeçaria reside no trabalho minucioso de interpretação e ampliação do meu cartão, feito em primeiro lugar pelas desenhadoras, como se fosse um mapa, com milhares de apontamentos e números, registando no papel milimétrico à escala 1/1 o desenho e as manchas de cor.<br />
<br />
Senti-me surpreendida e maravilhada perante a diversidade de cores e tonalidades que as tecedeiras, de uma forma hábil e precisa, manipulam na construção faseada, diariamente, até à conclusão da obra. É um trabalho que resulta de grande conhecimento e experiência técnica, conjugando a habilidade manual com um esforço físico que exige muita tenacidade e concentração. Mais tarde, nos anos 90, foram produzidas mais tapeçarias, a partir de sete novos cartões da minha autoria.<br />
<br />
Outra realidade que me toca directamente é o facto de constatar que toda a manufactura está entregue a mulheres, desde a direcção à produção, passando pelas desenhadoras e tecedeiras. Dir-se-ia que os nós de fio de lã se transformam nos laços afectivos que me unem as estas mulheres.<br />
<br />
Ao apresentar todas as tapeçarias baseadas nos meus cartões, neste Centro de Arte Contemporânea, sinto uma enorme alegria em poder contribuir para a divulgação e valorização deste projecto cultural que constitui uma actividade inovadora e dinamizadora do nosso património artístico contemporâneo.<br />
<br />
<br />
Graça Morais<br />
<i>Maio de 2012</i><br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4mfXXnUn1u-m6mlfVAXazuwq6XJ3YGqYobaCMKB_eb3aeWSG5MyL6zDDjf8NDf1KbSOsqEz97eg7AcNlpsxsFu0h3zU0UTHm0kiNwc5ZcYNqTiRhyphenhyphen0Za_sKJdPpTFors8y_GY/s1600/graca_morais_anuciacao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4mfXXnUn1u-m6mlfVAXazuwq6XJ3YGqYobaCMKB_eb3aeWSG5MyL6zDDjf8NDf1KbSOsqEz97eg7AcNlpsxsFu0h3zU0UTHm0kiNwc5ZcYNqTiRhyphenhyphen0Za_sKJdPpTFors8y_GY/s400/graca_morais_anuciacao.jpg" width="266" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Anunciação</div>
<div style="text-align: center;">
200x140 cm</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKtzMMJezG3bWTsiunH6I1DXdO_UqhlI5QQQN5RMja8odqx0Y3PaLTFFO5L56J11Jf_2H-DJY3yccFHravb8oGsESKADqkTGoErMNJ4eWv00zQahLi76goPPjsIFmICJqtmf_-/s1600/graca_morais_o_canto_do_cisne_e_as_pombinhas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="358" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKtzMMJezG3bWTsiunH6I1DXdO_UqhlI5QQQN5RMja8odqx0Y3PaLTFFO5L56J11Jf_2H-DJY3yccFHravb8oGsESKADqkTGoErMNJ4eWv00zQahLi76goPPjsIFmICJqtmf_-/s400/graca_morais_o_canto_do_cisne_e_as_pombinhas.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
O Canto do Cisne e as Pombinhas da Catrina</div>
<div style="text-align: center;">
146x160 cm</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfoMD6qn1wdZbLMyTCVcQxKRSJitlNobeZWqQ1Slfg9HpCnRei4frr3eVu4mCozB7UDlFXep4cPk5QRlGEaXzjiMk2zYlcLkq2yNw0HPCMt9q8VC38dUIHMKIxU_Osgpns6aCZ/s1600/graca_morais_o_sagrado_e_o_profano.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfoMD6qn1wdZbLMyTCVcQxKRSJitlNobeZWqQ1Slfg9HpCnRei4frr3eVu4mCozB7UDlFXep4cPk5QRlGEaXzjiMk2zYlcLkq2yNw0HPCMt9q8VC38dUIHMKIxU_Osgpns6aCZ/s400/graca_morais_o_sagrado_e_o_profano.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
O Sagrado e o Profano</div>
<div style="text-align: center;">
200x270 cm</div>
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<div style="text-align: center;">
<i>Tapeçarias disponíveis no catálogo da<a href="http://www.mtportalegre.pt/pt/artists/view/1/2" target="_blank"> Manufactura de Tapeçarias de Portalegre</a></i></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj514olA5XDOd6iTeYPyU9C2LZlecAJZY7bD-mRS9xUhn16bjujWbGfdRGAgXoLy1RpHEBM1LmRFQB4B4oEDXTPqYx-lgbpk-pFlkeAOtH5C1AyEuUAAX4EMyfr1_xeyLmuKpVz/s1600/Clipboard01.png" imageanchor="1" style="margin-left: -1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj514olA5XDOd6iTeYPyU9C2LZlecAJZY7bD-mRS9xUhn16bjujWbGfdRGAgXoLy1RpHEBM1LmRFQB4B4oEDXTPqYx-lgbpk-pFlkeAOtH5C1AyEuUAAX4EMyfr1_xeyLmuKpVz/s640/Clipboard01.png" width="376" /></a></div>
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O <a href="http://www.museu.presidencia.pt/" target="_blank">Museu da Presidência da República</a> leva aos principais equipamentos culturais da região de Trás-os-Montes e Alto Douro, até 30 de Setembro próximo, a exposição <b>Nós na Arte – Tapeçaria de Portalegre e Arte Contemporânea</b>.<br />
<br />
Agregando em rede os Museus do Douro, Lamego, Côa e Abade de Baçal, o Mosteiro de Salzedas e o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, esta exposição reúne centena e meia de tapeçarias de Portalegre e cartões originais para tapeçaria, alguns inéditos, provenientes de várias colecções públicas e privadas. <br />
<br />
O <a href="http://www.museudodouro.pt/" target="_blank">Museu do Douro </a>e o <a href="http://centroartegracamorais.cm-braganca.pt/PageGen.aspx" target="_blank">Centro de Arte Contemporânea Graça Morais</a> acolhem, respectivamente, a obra de Nadir Afonso e de Graça Morais. Estes núcleos, em nome próprio, reflectem a forte ligação de dois dos mais conceituados artistas da região à tapeçaria. Dedicado também só a um artista – Almada Negreiros, o núcleo do <a href="http://www.arte-coa.pt/" target="_blank">Museu do Côa</a> expõe pela primeira vez no seu conjunto as tapeçarias concebidas a partir dos frescos das Gares Marítimas de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa. No <a href="https://www.facebook.com/museu.doabadebacal" target="_blank">Museu do Abade de Baçal</a>, percorrem-se os diferentes movimentos artísticos e correntes estéticas do século XX, num diálogo entre as obras da colecção permanente e as peças seleccionadas. Esse mesmo diálogo está presente também no <a href="https://www.facebook.com/pages/Museu-de-Lamego/132530586761643" target="_blank">Museu de Lamego</a>, onde se cruzam as tapeçarias flamengas do séc. XVI, tesouros nacionais, com tapeçaria histórica portuguesa tecida em Portalegre a partir de cartões originais, fruto de encomendas para grandes edifícios públicos do Estado Novo. Por último, no <a href="http://www.mosteirosalzedas.com/" target="_blank">Mosteiro de Santa Maria de Salzedas</a> apresentam-se algumas obras emblemáticas de artistas internacionais que elegeram a Manufactura de Portalegre para a produção dos seus trabalhos.<br />
<br />
Apesar de cada um destes núcleos permitir uma leitura autónoma, a junção dos seis espaços dá conta da riqueza e da diversidade deste património, afirmação de uma especificidade cultural e testemunho da capacidade de inovar na tradição. O discurso expositivo, ao mesmo tempo que ilustra os mais de 60 anos de actividade da Manufactura de Portalegre, percorre os momentos mais significativos da história da arte contemporânea. E estabelece uma relação entre as obras seleccionadas e as colecções dos próprios equipamentos e o espaço arquitectónico.<br />
<br />
Desde a sua fundação, em 2004, que o Museu da Presidência da República tem procurado, numa das suas vertentes programáticas, contribuir para a divulgação e promoção do património artístico e cultural português, enquanto expressão simbólica e material da nossa identidade colectiva. A exposição Nós na Arte – Tapeçaria de Portalegre e Arte Contemporânea surge na sequência natural de uma exposição organizada há dois anos no Palácio de Belém, sobre Tapeçaria de Portalegre e como resposta à estratégia de descentralização cultural, que tem levado o Museu a assinalar a sua presença em todo os concelhos do país, através de múltiplas iniciativas culturais.<br />
<br />
<i>in <a href="http://www.cm-braganca.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=37526&eventoId=48304">C.M. Bragança</a></i><br />
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<b>Centro de Arte Contemporânea Graça Morais</b><br />
Rua Abílio Beça, 105<br />
5300 – 011 Bragança<br />
(+351) 273 302 410<br />
centro.arte@cm-braganca.pt<br />
Google <a href="http://g.co/maps/rj2rc">Map</a><br />
<br />
<b><a href="http://www.mtportalegre.pt/pt/amanufactura">Manufactura de Tapeçarias de Portalegre</a></b> <br />
Rua Dona Iria Gonçalves, Nº2<br />
7301-901 Portalegre<br />
(+351) 824 530 1400<br />
<b>Galeria</b><br />
Rua da Academia das Ciências 2J<br />
1200-004 Lisboa<br />
(+351) 21 342 1481<br />
<div>
<br /></div>
Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-6027440562152390862012-01-14T00:38:00.001Z2012-01-14T01:04:40.870Z'Na cabeça de Graça Morais está Trás-os-Montes', entrevista por Anabela Mota Ribeiro<div><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkFS4akPVqrdl8CCRyvvTNYd9CzHY9N6Y-iixCm2SGzNHuSTCoHDY-zAfPxN0SSBF6PPDuQ0BQeMh3lzQGOH7m1Jmdm8EhVy3vmmk2A_F0zIXLbrp5BcbLi6OFRb0y_yZ1CEqr/s1600/Gra%25C3%25A7a+Morais+fotografia+Adriano+Miranda.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkFS4akPVqrdl8CCRyvvTNYd9CzHY9N6Y-iixCm2SGzNHuSTCoHDY-zAfPxN0SSBF6PPDuQ0BQeMh3lzQGOH7m1Jmdm8EhVy3vmmk2A_F0zIXLbrp5BcbLi6OFRb0y_yZ1CEqr/s400/Gra%25C3%25A7a+Morais+fotografia+Adriano+Miranda.png" width="266" /></a></div><br />
<i>“Falo pintando, desenhando. Falo como sei, daquilo que sei, só falo de mim. Quando falo do meu mundo, no fundo estou a falar de mim, não estou a falar de mais ninguém.” Na cabeça de Graça Morais está Trás-os-Montes. Ela e a terra não são uma só. Mas ela não se compreende sem a terra.” </i><br />
<br />
<i>Texto</i> <b>Anabela Mota Ribeiro</b> <i>Fotografia</i> <b>Adriano Miranda</b><br />
<br />
No nordeste transmontano, sem transição, passa-se do calor que faz a fruta amadurecer para o frio das estradas cobertas de geada. É lá que fica o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, desenhado por Eduardo Souto Moura e inaugurado em Junho de 2008. O projecto, em Bragança, é uma forma de regresso à terra, de pertença a um lugar e a um modo de ser. Graça Morais, que vive entre Lisboa e Trás-os-Montes, de certa maneira, nunca saiu de lá. O centro tem em permanência obras suas, além de exposições temporárias (até Janeiro, desenhos de Graça e esculturas de José Rodrigues).<br />
Mas foi no Porto que nos encontrámos para a entrevista. O pretexto era a exposição que pode ser vista até meados de Novembro na Cooperativa Árvore, <a href="http://gracamorais.blogspot.com/2011/10/graca-morais-2011-caminhada-do-medo.html">A Caminhada do Medo</a>, e uma série de desenhos e um painel de azulejos que em breve estará em Mirandela, num centro de hemodiálise, e que por ora está na <a href="http://gracamorais.blogspot.com/2011/09/tempo-de-cerejas-e-papoilas-tras-os.html">Galeria Ratton</a>, em Lisboa. <br />
Graça Morais tem o cabelo embranquecido. O corpo ganhou formas redondas. Parece-se cada vez mais com as mulheres que habitam os seus quadros. O traço tem o vigor de quem diz que chega mais rapidamente às coisas pelo desenho. <br />
<br />
<b>Fale-me dos seus medos infantis.</b><br />
Nasci numa aldeia onde não havia electricidade. Na cozinha havia candeias e candeeiros a petróleo; quando íamos para a sala, levávamos o candeeiro a petróleo, quando íamos para o quarto, outro candeeiro. Tudo fazia sombras. O meu avô tinha oito filhos, a minha mãe tinha seis filhos, a família era muito grande, com mais tios que entravam. Os serões eram feitos à lareira, como em quase todas as casas transmontanas, sobretudo nas de lavoura. E contavam sempre histórias terríveis, de lobisomens, de bruxas. Ao mesmo tempo, a guerra, que ainda estava muito presente. Nasci em 1948. A minha mãe casou em 1945. Havia pessoas que falavam da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Civil de Espanha. <br />
<br />
<b>Como é que essas duas guerras chegaram a uma aldeia como o Vieiro? </b><br />
Penso que eram as notícias da rádio. Lembro-me de termos rádio, o único da aldeia, na casa da minha mãe. Dois ou três amigos do meu pai iam lá para casa ouvir o relato do Porto ao domingo. As pessoas ficam transformadas, berram, bebem. Ainda hoje detesto ouvir relato.<br />
<br />
<b>A dois passos da fronteira, a Guerra Civil de Espanha, fratricida, estava mais próxima. </b><br />
Era mais próxima que a Grande Guerra. Cresci a ouvir o medo da guerra e o medo dos espíritos, das almas do outro mundo. Falava-se muito das dificuldades, da fome. “Este ano foi um ano mau”. “Lá foi o vinho”. “Lá foi o azeite”. Trás-os-Montes é uma região em que se trabalha muito contra a natureza.<br />
<br />
<b>Contra a natureza? Toda a sua pintura parece uma exaltação da natureza. </b><br />
A natureza é muito adversa.<br />
<br />
<b>“Natureza Madrasta”, era assim que se dizia?</b><br />
Isso mesmo. Tínhamos em casa um oratório e quando havia grandes trovoadas, no mês de Junho, que levavam o vinho, os homens que estavam na rua vinham lá para casa rezar. Os homens e as mulheres. Rezavam e choravam na sala de jantar – que quando era criança me parecia uma sala enorme, e que hoje é uma sala normal, com o tecto pintado de azul.<br />
Fica esse sentimento do medo da natureza. Dos lobos. Da escuridão. Ainda hoje não consigo dormir sem uma luzinha, em casa, nos hotéis.<br />
<br />
<b>A sua casa, era rica no contexto daquela região?</b><br />
Não propriamente. Sou filha de uma mulher a quem se pode chamar “a herdeira”. A minha mãe era a filha mais velha de oito irmãos. Foi educada por uma madrinha e por uma tia, e foi herdeira dessa madrinha e dessa tia. <br />
<br />
<b>Por que é que não foi educada pelos pais?</b><br />
O pai vivia ao lado, numa casa enorme. Chamava-se Casa Grande. O meu avô era um lavrador com muitas propriedades, mas ele próprio trabalhava a terra ao lado dos obreiros. Sempre os tratou com cabrito. Dizia-se muitas vezes: “O Pinto estraga os obreiros porque os trata bem demais”. E ele respondia: “Mas quem me faz a casa são eles”. Era republicano, muito generoso. <br />
A mãe da minha mãe foi sempre viva. Mas nas aldeias havia o hábito de as madrinhas, quando não tinham filhos, pedirem um menino para fazer de filho. “Manda-me um dos teus filhos”. Um dos meus irmãos foi criado pelos padrinhos em Freixiel. E a minha mãe foi filha dessa madrinha, e do padrinho, e da tia. A minha mãe vivia numa parte da casa, connosco, e na outra parte vivia o meu avô com os tios. Eu tanto estava na nossa parte da casa como estava na outra parte, cheia de trabalhadores, e de filhos, e netos. <br />
<br />
<b>Viveu sempre com uma família alargada.</b><br />
Muita gente a entrar e a sair. E muitos cães e gatos. Por isso é que gosto tanto de pôr cães nos meus quadros. Eles têm um entendimento do mundo e de nós próprios, só lhes falta falar. <br />
<br />
<b>Peço estes pormenores porque tudo isto transparece nos seus quadros. É a matéria-prima essencial a partir da qual constrói a sua obra. Por isso é importante perceber quais são as referências, como é que aprendeu a olhar, o que é que viu quando começou a olhar.</b><br />
Está a dizer bem. Nem eu me apercebia, nem ninguém se apercebeu, de como a infância foi tão fundamental naquilo que faço. Tive a sorte de nascer naquela pequena aldeia. Havia uma estrada em terra que ia para Vila Flor, que ainda não era bem estrada. Quase ninguém tinha automóvel. Como o isolamento era total, descobri o mundo a brincar nas fragas, nos lameiros, dentro de uma oliveira. E muitas vezes me questionava. Via aquela gente a andar de um lado para o outro. As mulheres pareciam formigas, os homens sempre muito viris. Ao fim do dia, preguiçosos, vêm conversar para a rua. E elas continuam a trabalhar, a fazer a comida.<br />
<br />
<b>A indolência nunca é delas?</b><br />
Nunca, é sempre dos homens. Quando vou à aldeia reparo: quem está sentado a ver passar os carros na estrada, são homens. E falam pouco. As mulheres nunca estão na rua sentadas a olhar, têm sempre que fazer. <br />
<br />
<b>As mulheres, falam mais?</b><br />
É uma particularidade das mulheres, serem mais solidárias e confessarem-se umas às outras. Contam mais as suas preocupações, as suas vidas. Todas se queixam, ninguém está bem. Devem ter razões para se queixar, mas aquilo é uma forma de se consolarem mutuamente. É aquilo que se faz quando se faz terapia de grupo. Nunca fiz, mas calculo. Ali é uma coisa natural. <br />
<br />
<b>Nessas conversas não se celebra a vida. O registo é o do consolo. Não há uma exaltação do estar vivo e dos elementos da natureza. Se olhar para a sua obra, há uma fase em que ela é mais exaltada. Depois, vai ficando mais austera, como essas pessoas. </b><br />
Depende. A série que tenho em exposição [na <a href="http://www.arvorecoop.pt/gca/index.php?id=1882">Cooperativa Árvore</a>] é muito dura. Revela a certeza de que estou num mundo em grande transformação. Esse caos, nunca o senti quando era pequena.<br />
(Sou uma pessoa que vou aqui, vou ali, depois apanhe-me. [riso]) Lembro-me que na Páscoa estreava sempre uns sapatos novos, um vestido novo e um casaquinho novo. Íamos à Missa de Ramos abençoar o ramo da oliveira. Aqui há um quadro com uma árvore que tem uns cabritos pendurados, e os ramos da oliveira cheios de rebuçados, bolacha Maria e goivos, florzinhas; é Páscoa. Vivíamos intensamente esses dias que tinham a ver com a transformação das estações do ano e com a ritualização, sobretudo ligada à religião católica. É uma imagem de inocência e beleza, ver os foguetes da Senhora da Assunção a rebentar. Isto a cinco quilómetros de distância. Guardei esse lado do deslumbramento, do encanto perante a vida.<br />
<br />
<b>O seu imaginário é esse. Contudo, saiu relativamente cedo da aldeia, abriu-se para outras imagens. </b><br />
Saí, com oito anos, acompanhei a minha mãe para África. O meu pai decidiu ir para Moçambique, tinha dificuldade em viver na aldeia. Comecei a ver outro mundo. Comecei a ler banda desenhada, a mascar “chicla”. <br />
<br />
<b>Em Trás-os-Montes não se dizia chiclete, mas chicla.</b><br />
Sim. Havia compotas que vinham da África do Sul, milho cozido nas águas da chuva. Não frequentei a escola oficial, frequentei a escola da missão. A minha mãe era muito católica. Eram umas freiras com chapéus bonitos, engomados, da Ordem de São Vicente de Paulo. Eu, o meu irmão mais velho, que já morreu, o Zeca, e mais meia dúzia de crianças, éramos os únicos a frequentar essa escola. Tenho uma relação com os africanos de irmandade, de amizade. Passavam ao pé da minha casa, a mexerem-se, e chamavam pelo meu nome. Cantavam: “Gracinha-a-a”, com ritmo.<br />
<br />
<b>África, a sua cor e exuberância, contrastam com a contenção e o granítico de Trás-os-Montes. Estávamos a falar de elementos opostos e do que transparece disso na sua obra. </b><br />
Ciclicamente também faço desenhos muito simples. Tenho de estar num estado de grande concentração e de grande paz para fazer estes desenhos. São pequenos ramos de oliveira, são ramos de amendoeira, são ramos de marmeleiro. Tenho um marmeleiro. <br />
<br />
<b>Fez recentemente desenhos de papoilas e cerejas que estão em exposição na galeria Ratton, em Lisboa.</b><br />
Fui lá passar um mês, e o campo estava cheio de malmequeres, de cerejeiras. Essa celebração da natureza, tenho-a dentro de mim, e preciso de passá-la para o papel. <br />
<br />
<b>Fale-me da família do seu pai. O seu universo parecer ser mais dominado pelas mulheres do que pelos homens, ainda que eles apareçam, também. </b><br />
Falo mais da minha mãe porque vivi mais com ela. Continua viva, tem 86 anos, é uma mulher de uma grande inteligência, humanidade e força. Sempre cresci rodeada da minha mãe e das suas seis irmãs.<br />
<br />
<b>Como é que se chamavam os irmãos? Os nomes eram diferentes dos que hoje se usam. </b><br />
A minha mãe é Alda. Palmira, Belmira, Maria, Joana, Favelina, Carolino, João. Belmira não se usa, Palmira não se usa, Favelina, ainda menos. <br />
<br />
<b>A sua filha é Joana. Que é um nome mais deste tempo, e mais citadino. </b><br />
É muito da geração dela, nasceu cinco dias antes do 25 de Abril. Gostava, e gosto, imenso dessa tia Joana, muito alegre. Era o contrário das outras.<br />
<br />
<b>Aqui ao lado estão a pôr a mesa para um almoço, ouve-se o barulho dos pratos. Numa casa transmontana, o silêncio é uma coisa que não existe. Há sempre um barulho de fundo, conversas, pessoas a ir e vir. Isto acabou por ser substituído pela televisão. </b><br />
Durante o dia. As noites eram calmíssimas. Por isso é que às vezes até metia medo. Quando se ouvia o piar da grifa, a coruja, diziam: “Alguém vai morrer, anda a grifa no ar”. Mas é verdade, essa animação da família. E tudo fala muito alto, até para se fazerem ouvir. Cada um está a contar a sua história, a sobrepor-se, muitas vezes não está a ouvir o que o outro está a dizer. Há uma grande necessidade de contar, contar. Quando havia muita confusão, desaparecia. Ia para um sítio ao pé do cemitério (mas não era por ser o cemitério, nunca gostei de cemitérios, tenho medo da morte). Havia ali uma eira que estava cheia de palheiros, tinham uma forma bonita. Mais tarde fui encontrar esses palheiros no Van Gogh. Adorei Van Gogh através dos palheiros, através dos Comedores de Batata. <br />
<br />
<b>Que é um quadro com gente do campo, que, como diz o título, come batata.</b> <br />
Sempre vi na minha casa as pessoas comerem de um prato grande as batatas, os feijões, com garfos de ferro, e todos picavam naquele prato grande. Recentemente, quando fui à Holanda, voltei a ver os Comedores de Batatas, e tive uma emoção fortíssima: era Trás-os-Montes. É claro que nos holandeses essa cena foi antes do que vi na minha aldeia. <br />
Mas fugia para esse lugar, e hoje, muita da minha pintura tem a ver com esse momento de pacificação da natureza e das pessoas, o fim do dia. Parece que estou a fazer a apologia do camponês pobre, mas não é. Aquele trabalho era feito com muita dureza mas também com muito amor. Aquelas caras começaram a aparecer na minha pintura. Não a dos homens. <br />
<br />
<b>Porquê?</b><br />
Nunca me aproximei muito dos homens porque fui educada a não poder brincar com os rapazes. Apesar de ter quatro irmãos, eles próprios não queriam que brincasse com os outros rapazes. <br />
<br />
<b>Eles também não iam para a cozinha.</b><br />
Nunca, nem faziam uma cama, nem pegavam numa vassoura. Podiam às vezes ajudar no campo. Mas eu tinha obrigações específicas, de ajudar na limpeza. <br />
<br />
<b>Os homens viviam sob uma outra campânula.</b><br />
Nós é que vivíamos. Estou a referir-me a uma infância, quando tinha que obedecer a certas regras. Quando comecei a crescer e voltei à aldeia, aproximava-me daqueles homens que estavam na rua com verdadeiro pudor. E com as mulheres, não. Sempre ouvi as mulheres falarem abertamente. Abertamente, não… Em África as mulheres falam abertamente.<br />
<br />
<b>A líbido está mais à flor da pele em África.</b><br />
Completamente. Quando andei na escola, em Moçambique, também não me apercebia disso. Mas as crianças cantavam muito, dançavam, riam-se com facilidade. Nós éramos crianças um pouco tristes, sempre com medo que a professora ralhasse. Quando voltei a África e a Cabo Verde, senti que as mulheres assumem a sua sexualidade com muita leveza, muita alegria.<br />
<br />
<b>Naturalidade.</b><br />
Sim. Em Cabo Verde tinha 40 anos. Já me tinha divorciado. Mas em Trás-os-Montes, ainda hoje, as mulheres são muito reservadas, o mundo delas é muito escondido.<br />
<br />
<b>Nunca falou com a sua mãe sobre sexo?</b><br />
Não. Ela não gostaria que eu falasse. O meu pai era muito mulherengo. Foi durante muito tempo filho único, teve um meio-irmão. Nasceu numa família de proprietários, gente instruída. Foi educado pela mãe e por uma avó, uma senhora severa, Ernestina Augusta, e pelo tio Carlos e pela tia Amélia, que eram professores primários. Monárquicos. <br />
<br />
<b>Esses nomes já nos dizem da sua veia monárquica.</b><br />
Havia a bandeira da monarquia. Eu e o meu irmão Cristiano, quando queríamos brincar, pegávamos na bandeira, que púnhamos no terraço. Era uma casa onde havia livros, onde as pessoas eram tratadas por vossa excelência. O meu pai também era tratado por vossa excelência. <br />
<br />
<b>Quem é que tratava o seu pai assim?</b><br />
As pessoas da aldeia. A minha família está naquela aldeia desde o século XVI. Quando ia passar férias a Freixiel, a casa da minha tia Amélia, com o meu irmão Cristiano, que foi o irmão emprestado para os tios (adoptaram-no como filho, foi o herdeiro deles), gostava imenso porque havia muitos livros. O que me custava era que aquele portão de ferro verde estava fechado e não podia sair para a rua sem pedir licença. No Vieiro, a nossa casa, que ainda hoje está no mesmo sítio, ao pé da estrada, era uma casa que tinha a porta aberta todo o dia. <br />
A escola era logo a dois passos. A escola que agora estamos a restaurar, com a câmara, que vai ser outra coisa. Dessa escolinha via a minha mãe e era tudo livre. Nunca ninguém me meteu medo, nem a mim nem aos meus irmãos. Podia haver pedófilos, mas não se falava disso.<br />
<br />
<b>O medo era dos lobos.</b><br />
Era. O meu tio Carlos dizia: “O meu sobrinho não precisa estudar porque vai herdar muitas terras, ele tem é de tratar das terras”. Andar com mulheres fazia parte do estatuto dos meninos dessas famílias. Foi toda a vida uma pessoa desajustada. Era um homem sensível, tocava bem guitarra, mas sempre com necessidade de experimentar novos mundos. <br />
<br />
<b>Os seus pais, lembra-se de os ver a ler, a ver livros de pintura?</b><br />
Nunca. Não havia livros de pintura, nem na casa dos meus pais. No entanto, o meu tio Carlos, que era um homem elegante, andava sempre com fatos impecáveis, ele e a tia Amélia mandavam vir do Porto, de uma loja de sementes do Bolhão, várias sementes. O prazer deles era ver como é que aquelas flores desabrochavam. Chamavam: “Gracinha, anda ver, olha como são bonitas estas flores”. Na casa paterna, havia paredes pintadas por esse tio Carlos, que era muito habilidoso, flores; e tinha uns quadros pintados a óleo, coisas muito simples. <br />
<br />
<b>Paredes pintadas como se fossem frescos?</b><br />
Sim. Ele podia ter sido um pintor, mas foi professor e tratou das propriedades. <br />
<br />
<b>Se pensar o mais remotamente em si e naquilo que condicionou o seu destino, a referência é o tio Carlos? É um estojo de pintura que lhe dão? </b><br />
Foi tudo muito natural. Comecei por gostar de fazer desenhinhos na escola, mesmo na primeira classe. Lembro-me de a minha professora, a Dona Judite, dizer: “Pede à tua mãe qualquer coisa para desenhar”. Eu ia ao louceiro e tirava um bule, que ainda hoje existe, e que vou ver se a minha mãe me oferece, porque faz parte das minhas lembranças. Era um bule muito complicado e gostava imenso de o desenhar. Começou para aí aos sete anos. O que gostava mais de fazer na escola era desenhar. Quando cheguei a África, as freiras entusiasmaram-me nesse sentido. O meu pai, como percebia que tinha gosto pelo desenho, ofereceu-me uma caixinha de aguarelas, tinha eu nove anos. Pintava tanto que as esburaquei rapidamente. <br />
<br />
<b>Foi o começo. O que alimentou o seu desejo de pintar?</b><br />
Quando voltei de África para a aldeia, fui estudar para o colégio. Comecei a visitar um pequenino museu que há em Vila Flor. A primeira ideia que tenho de ver pinturas foi nesse museu. Por isso é que tenho tanto carinho por aquele centro em Bragança [Centro de Arte Contemporânea Graça Morais]. As escolas estão sensibilizadas, trazem as crianças. Muitas vezes desperta-se a chamada vocação ao ver. <br />
Hoje vejo que são retratos de pessoas que tinham que ser alguém na terra para serem pintadas. Rompi com essa tradição quando comecei a pintar as pessoas simples, pobres, muitas delas, sobretudo anónimas, e as coloquei num museu. <br />
<br />
<b>Na história da pintura, as pessoas que ficaram imortalizadas são as nobres que tinham dinheiro para fazer encomendas. Fora a igreja e os temas bíblicos. </b><br />
Os grandes mecenas eram ricos, eram eles que pagavam. A estas mulheres, consagrei-as. <br />
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<b>O que é que a fez gostar tanto destas pessoas simples? O seu percurso social, quer na família da mãe, quer na família do pai, é entre privilegiados. Consagra pessoas que não são as do seu meio.</b><br />
O meu avô materno é povo. Vivíamos melhor, mas no Vieiro as pessoas eram todas aparentadas, numa aldeia pequenina há sempre um primo. Quando se matavam os vários porcos dividíamos por muita gente que passava mal. Havia gente pobre, paupérrima. A assistência social e a ajuda entre amigos, entre familiares, entre vizinhos, sempre fez parte da vida nestas localidades. <br />
<br />
<b>Pense no seu interesse por esses pobres. Chamamos-lhes pobres?, pessoas simples?</b><br />
Às vezes também são complicadas. Não sei qual é o termo. Também não se pode dizer pobres, a maior parte dessas pessoas tem uma terrinha. Essas mulheres, encontrava-as nos diversos trabalhos das nossas terras, e gostava sempre de estar ao pé delas. Se calhar porque me tratavam bem, porque ouvia imensas histórias. Sempre gostei de me sentar na mesa dos obreiros. Quando estava ao pé deles, não diziam asneiras.<br />
<br />
<b>Dizem-se muito, no Norte.</b><br />
Asneira atrás de asneira. Eles diziam: “Está aqui a menina”. Alguns nem tinham a 4ª classe. Sabiam calar-se quando estavam ao pé de uma criança ou de alguém a quem sentiam que tinham que ter respeito. <br />
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<b>Era uma certa reverência em relação à “menina”, porque à frente das suas crianças diziam palavrões. Em Trás-os-Montes não se dizem “palavrões”, dizem-se “asneiras”. </b><br />
Nunca ouvi a minha mãe dizer uma palavra dessas, mesmo quando estava aborrecida. Eu digo, e com muito prazer. Não esses mais fortes, mas digo. Aprendi no Minho. Dei aulas em Guimarães, e tinha crianças que estavam a pintar e diziam uns palavrões quando as coisas lhes corriam mal. Ficava a pensar: “Chamo à atenção, não chamo?”. Não chamava à atenção porque aquilo era tão espontâneo, era de uma liberdade. A criança dizia aquilo porque ouvia em casa, fazia parte da cultura.<br />
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<b>Este lado antropológico é predominante na sua pintura. A crítica Laura Castro, quando se refere à sua obra, subdivide-a em capítulos. Fala da Artista Antropóloga e da Artista como Sibila. Como se houvesse uma revelação e uma adivinhação dos mistérios das pessoas e da natureza, a que chega no desenho. </b><br />
A que chego mais depressa no desenho. O desenho pode-se fazer com lápis, um carvão. Quando era miúda até com bocadinhos de telha que apanhava na rua desenhava. Com lápis de cor, que molhava para fazer tinta. <br />
<br />
<b>Molhava na língua?</b><br />
Molhava a ponta na língua para fazer tinta. Tenho imensos blocos de papel e material para desenhar. Parece que tenho medo que venha aí a guerra e que não possa comprar papel. Quando vejo a história dos grandes pintores que na altura da Guerra Mundial começaram a pintar sobre papéis de jornais, sobre cartões, fico numa aflição. <br />
No desenho, é como se estivesse a escrever um livro, tomasse notas e escrevesse à mão. É uma pena que para o próximo século não fique a escrita das pessoas – as pessoas já só escrevem no computador; é um registo muito impessoal. Há muitos pintores que já não desenham, já não pintam, todo o trabalho deles é feito através do vídeo, da fotografia e de outros materiais. Ainda desenvolvo estes materiais artesanais. As ideias vêm com rapidez, a relação entre a cabeça e a mão é imediata. É de uma grande concentração. Não há o trabalho de juntar as tintas do pincel, que é outra coisa que obriga a uma reflexão maior. <br />
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<b>Reconhece-se quando Laura Castro fala da sibila e a da antropóloga?</b><br />
O romance A Sibila, li-o adolescente. Conhecia a Sibila da Agustina naquela aldeia. Hoje tenho uma Sibila a trabalhar para mim, uma mulher de 74 anos que me ajuda nas arrumações lá de casa. Não sei se sou sibila. A Laura foi a primeira pessoa que disse isso de mim.<br />
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<b>Foi-se transformando nessas mulheres que aparecem nos seus quadros? É como se os quadros fossem formas de auto-retrato.</b><br />
Estou a falar da minha história. Comecei muito cedo a falar daquele pequeno universo, nem me apercebia de que estava a falar de mim. Todo esse trabalho é autobiográfico, só que aquelas caras não são a minha. De vez em quando aparece a minha mãe.<br />
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<b>Há ciclos em que todas as caras vão dar à sua mãe. </b><br />
Há uma série de desenhos que expus aqui no Porto, na <a href="http://gracamorais.blogspot.com/2008/01/graa-morais-pintura-e-desenhos-na.html">[galeria] 111</a>, só dedicados à minha mãe. Mas a maior parte das vezes não é a minha mãe. É a Maria, que é uma mulher que trabalha lá em casa há muitos anos. Aquela cabeça é Trás-os-Montes dentro dela. É uma mulher solteira, seca, ainda hoje trabalha muito, com um cabelo maravilhoso. Está quase sempre em exposição no Centro de Arte Contemporânea em Bragança, ela e outra, logo à entrada. Oferecei esses dois quadros ao centro.<br />
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<b>A sua filha realizou em 1999 o documentário Na Cabeça de Uma Mulher Está a História de Uma Aldeia. Pensei que fosse a sua cabeça, não a cabeça da Maria.</b><br />
Não, aí sou eu. Fiz uma série de fotografias recentemente à minha mãe. Ela a pentear-se e a enrolar o cabelo, de manhã, é de uma enorme beleza. E fiz uma série de desenhos que tinham a ver com os brincos. Quando se nascia, era um brinquinho com uma bolinha de ouro, a seguir eram brincos cheios de feitios, e depois é o brinco da viúva. <br />
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<b>É um brinco preto que tem um pontinho de ouro, ou é simplesmente preto.</b><br />
É. Tenho que agradecer ao Fernando Azevedo, ao Fernando Pernes e à Sílvia Chicó que foram os críticos de arte a entender bem essa minha pintura. Ao princípio, muitos pintores achavam que aquilo era provincianismo, ou que era um Malhoa. Ao longo da minha vida não abri as portas docemente, tive que as empurrar.<br />
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<b>O mais difícil era vir de uma aldeia recôndita e ter que se afirmar num território que não era o seu? Quais é que eram os preconceitos?</b><br />
Nunca senti que alguém me chamasse provinciana. Sempre gostei muito de roupas bonitas. Ao mesmo tempo que tenho atracção por esse mundo simples, da ruralidade, gosto da sofisticação. Gosto, não de luxos, mas de ter móveis bons em casa. Quando andava no liceu, e nas Belas Artes também, tinha vestidos que era eu que desenhava e pintava. Sempre me senti bem em qualquer meio onde estivesse. Mas ao nível da pintura tive muita reacção, sobretudo de outros pintores. <br />
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<b>Dissipou-se, essa reacção?</b><br />
Ainda tenho. Há uma relação com este país…, há pessoas que não gostam dele, gostavam de ser nova-iorquinas ou alemãs. Sempre vi nos escritores essa dimensão de reflectirem e de contarem o nosso país. Só podia haver um António Lobo Antunes aqui em Portugal. Só podia haver uma Agustina em Portugal, e no norte. E o Saramago. E dizia: “Mas porque é que na pintura não se faz isso?”. E quis fazer. Quis que essa pintura não fosse narrativa nem ilustrativa, mas que se sentisse que tinha a ver com uma cultura – a nossa. <br />
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<b>Uma coisa é esse sedimento, a sua história. A outra é a informação, o que lhe cria espanto, maravilhamento, estranheza. O que é que a ajudou a ver melhor e a desenhar melhor?</b><br />
Para desenhar melhor, é importante ver, mas é sobretudo importante desenhar. Não é possível fazer nada se não trabalharmos muitas horas. A primeira vez que tive um impacto forte com a pintura foi ao ver o Van Gogh, na Holanda. Ver que aquelas imagens tinham matéria, que não eram lisas, que apetecia mexer nelas. Quando vejo os retratos do Rembrandt, não entendo como é que ele consegue fazer aquela luz. Quando vemos os últimos retratos, percebemos que empobreceu, ficou sozinho. Toda a tristeza do envelhecimento está neles.<br />
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<b>A tristeza do envelhecimento e do empobrecimento.</b><br />
Que é um dos meus medos, vir a ser pobre. A pintura tem só a ver com a vida da pessoa.<br />
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<b>Nunca foi pobre. Porque é que acha que tem esse fantasma?</b><br />
Nunca sabemos se estamos a ser bem informados ou bem enganados. E se de repente há uma guerra, se isto vira um caos? Ficamos todos como muitas pessoas que fizeram História e que ficaram sem nada. Assusta-me. Mas do que tenho mais medo é de ficar doente. <br />
<br />
<b>Estávamos a falar dos pintores que foram importantes para si. Van Gogh, Rembrandt… </b><br />
Fiquei muito surpreendida quando vi os primeiros Bacon, na Tate, em Londres. Era qualquer coisa de muito angustiante e de muito novo. O Goya. O Velázquez impressionava-me pela perícia, pela técnica, por aquela beleza, aquelas roupagens. Mas o El Greco foi o meu grande pintor durante muito tempo. Os retratos muito interiorizados, os olhos molhados, aquela espiritualidade que também procuro e sinto. <br />
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<b>A religião ocupa um lugar importante na vida de uma aldeia. Não falou ainda disso.</b><br />
Levei muito a sério, até aos 18 anos, a minha educação católica, a comunhão diária, muitas vezes. Hoje não o faço, não sou praticante. Mas tenho uma necessidade desse encontro com um Ser que não sei explicar bem, mas que encontro muitas vezes quando estou a pintar ou quando estou na natureza. Com 63 anos já se passaram dias muito bons, e grandes aflições e dramas. Ainda hoje estava a passar ao pé da maternidade, e lembrei-me que foi ali que tive um filho, que morreu.<br />
<br />
<b>Quer contar o que se passou?</b><br />
As pessoas que nascem em regiões isoladas como a minha ainda hoje têm problemas quando estão grávidas. Como há poucas grávidas, os hospitais ficam longe – não se justifica. Uma mulher sofre muito quando perde um filho. Mas como o mais importante são as contas, a economia, se uma mulher sofrer porque perde um filho não tem importância nenhuma, é menos um. Quando entrei em trabalho de parto estava na aldeia. Um parto prematuro. Não estava à espera, senão não estaria lá. Vim numa ambulância sem condições durante cinco horas, entre Vila Flor e o Porto. Estive horas em trabalhos para ver se podíamos salvar a criança. O menino nasceu e passado umas horas morreu. <br />
Esse menino, se crescesse, havia de ser mais uma daquelas pessoas que enchem Trás-os-Montes. Até certa altura havia muitos deficientes e aquilo a que se chamava “os malucos”, porque nasciam de partos difíceis, sem assistência. E hoje, não há uma maternidade ali ao lado. <br />
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<b>Apesar de tudo, as condições melhoraram. Há estradas.</b><br />
Há gente que se pergunta o porquê de tantas auto-estradas em Trás-os-Montes se não há lá pessoas; as estradas chegaram tarde demais, já deviam ter sido feitas há 20 anos! Essas pessoas, de certeza que não teriam abandonado as terras, se houvesse outros acessos e outro desenvolvimento. Quando as pessoas em Lisboa falam, alguns políticos e ex-ministros das Finanças, da despesa desnecessária que é fazer estradas em Trás-os-Montes, gostava de saber como era se vivessem lá. Isto revolta-me muito. São traumas a que se sobrevive, mas é uma ferida aberta, quando se perde uma criança que se deseja.<br />
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<b>Foi o primeiro ou o segundo filho?</b><br />
Foi o segundo, a Joana tinha sete anos. Tive este em 1982. <br />
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<b>Quanto tempo esteve sem conseguir pintar?</b><br />
Para aí quatro meses. Não sentia as mãos, não sentia as pernas. Todo o meu corpo ficou alterado. Uma das coisas que mais me custam é que recusei ver o meu filho. Não tinha forças para o ver morto. Pari uma criança e não sei a cara dela. Se os hospitais tivessem psicólogos, de certeza que tinha sido ajudada de outra maneira. <br />
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<b>Salvou-se a pintar.</b><br />
Pode crer. E porque tinha uma filha, que precisava de mim, e que me ajudou muito. Voltei lá para cima, enfrentei. Estava a dar aulas em Vila Flor. Em 1980, quis voltar ao lugar onde nasci, entender. Tive um subsídio da Gulbenkian, o Pedro Tamen era administrador. Só um poeta é que entenderia: “É a primeira vez que me pedem um subsídio para ir pintar para uma aldeia, normalmente dou subsídios para Paris”.<br />
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<b>Entretanto já tinha recebido, também da Gulbenkian, uma bolsa que lhe permitiu estar em Paris.</b><br />
Sim. Vim de Paris com essa coisa, precisava de voltar [à terra]. Não vendia nada, tinha que viver. O subsídio da Gulbenkian proporcionou-me dar aulas com um horário reduzido; o resto do tempo olhava, falava, pensava. Por isso é que saiu essa pintura que depois foi exposta em São Paulo, na Bienal. E aí começou o meu reconhecimento internacional.<br />
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<b>Tudo isso acontece no começo da década de 80, que foi um período a todos os níveis fundamental na sua vida.</b><br />
O melhor e o pior. Muitas vezes, as grandes criações são feitas debaixo de grande sofrimento. <br />
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<b>Fale-me do período anterior a isso, 1976/79, em que está em Paris. Em Portugal, era o pós-revolução.</b><br />
Antes de ir lá para fora, foi também importante fazer parte do Grupo Puzzle, constituído por oito homens e uma mulher, que era eu. Fazíamos pinturas, que eram puzzles, fazíamos performances. Isso só foi possível porque o país era livre, cheio de ideias novas. Coincidiu com os Encontros Internacionais de Arte, que o Egídio Álvaro organizava com o Jaime Isidoro, aqui do Porto, e que trouxe cá artistas muito bons de vários países. Olhavam para Portugal com imensa curiosidade, e até com amizade. Contactei com pessoas especiais, únicas. E depois tive necessidade de sair, de ir para Paris.<br />
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<b>O que é que fez com que começasse a ser reconhecida e a vender depois dos anos 80? </b><br />
O comércio vem não sei bem como. A partir de 83 comecei a expor na Galeria 111. O Manuel de Brito era um grande marchand. Tinha intuição, uma grande sensibilidade, gostava dos pintores com quem trabalhava. Tive uma aceitação da crítica e dos jornalistas. Devo muito ao Assis Pacheco, ao Mega Ferreira. O livro que o Mega escreveu para a Imprensa Nacional foi fundamental. Depois da Bienal de São Paulo tive convites para expor nos melhores lugares do Brasil, e expus no Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro.<br />
<br />
<b>Como é que foi olhando para aquilo que faz? Sempre percebeu que tinha um dom (foi uma palavra que já usou)?</b><br />
Às vezes tenho uma força, parece que explode. Começo a pintar, liberto-me e quero fazer. Se calhar é isso que depois passa, não sei. Há um lado de curiosidade e de entendimento das pessoas. Se calhar gosto muito delas, olho-as com atenção, ouço-as. Acho que isso é um dom que nasceu comigo. <br />
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<b>Gostava de lhe pedir que escolhesse, se consegue, um quadro seu, que é aquele que acha que melhor serve de auto-retrato. </b><br />
Há três quadros que estão em Bragança, quase sempre em exposição, que se chamam O Vieiro, o meu lugar de nascimento. Esses quadros, que expus na Bienal de São Paulo, foram o princípio daquilo que sou hoje como artista. Pintei-os em 1982. Têm uma sobreposição de imagens, de apontamentos da natureza, de pessoas e de bichos. Há uma matança, o lado dramático da matança do animal, que no fundo é a nossa matança também. Esses quadros, guardei-os sempre para mim, não os ofereço nem os vendo a ninguém. São o meu auto-retrato sem a minha cara.<br />
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<i>in <a href="http://jornal.publico.pt/noticia/13-11-2011/nao-abri-as-portas-docemente-tive-que-as-empurrargraca-morais-23349084.htm">Pública, revista/suplemento do jornal Público, 13.11.2011, págs.16 a 24</a></i> <br />
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<i>Nota de JM: os meus agradecimentos à jornalista Anabela Mota Ribeiro pela autorização da publicação neste blogue da entrevista.</i><br />
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</div>Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-66340362817769624042012-01-13T23:40:00.000Z2012-01-13T23:40:24.582Z'A Caminhada do Medo" inaugura no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais<div><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_GtZDsyGnSiBKiNJhRWOz7yerGcHsme4sOjNVV7dzPyTcb0PI9YUxCF14lx6NkzOuFxzmotymyg8FSO5OgrhcyccKH3qwTkwmMbUjg8ONRrQUdTZJ6AUrcQW41QFEtIzrVWXg/s1600/capa+gra%25C3%25A7a+morais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_GtZDsyGnSiBKiNJhRWOz7yerGcHsme4sOjNVV7dzPyTcb0PI9YUxCF14lx6NkzOuFxzmotymyg8FSO5OgrhcyccKH3qwTkwmMbUjg8ONRrQUdTZJ6AUrcQW41QFEtIzrVWXg/s640/capa+gra%25C3%25A7a+morais.jpg" width="600" /></a></div><div style="text-align: center;"><b>De 14 Janeiro 2012 a 31 Março 2012 </b></div><br />
Inauguração da exposição <b><a href="http://gracamorais.blogspot.com/2011/10/graca-morais-2011-caminhada-do-medo.html">'A Caminhada do Medo'</a></b>, dia 14 de Janeiro, às 15 horas. Apresentação pública do livro <i><a href="http://gracamorais.blogspot.com/2011/10/artista-plastica-graca-morais-vence.html">'Graça Morais: Prémio de Artes Casino da Póvoa 2011</a>'</i>, com a presença de Graça Morais e de Laura Castro, às 16 horas.<br />
<br />
<blockquote>A série produzida em 2011 (…) manifesta com total clareza a quantidade e a intensidade das imagens que permanentemente nos rodeiam e assaltam. Todos conhecemos o que é estar sob o impacto da avalanche de imagens de reportagem jornalística que invadem todos os meios de comunicação social e as novas plataformas de divulgação, internet, telemóveis, generalizadas através de um jornalismo popular que capta e difunde no mesmo momento. <br />
<br />
Foi sob o efeito das fotografias publicadas em jornais e em revistas que os desenhos foram realizados. O uso dos recortes de jornais que ainda hoje subsiste vem da infância e da juventude, vem da tradição popular de forrar prateleiras com jornais decorativamente recortados, em padrões geométricos básicos e do hábito de os ler nessa circunstância. Os bicos talhados na extremidade do papel de jornal inscrevem-se delicadamente nos desenhos de figura dos anos iniciais da sua carreira. O gosto pela utilização dos jornais manter-se-ia, não apenas nesse registo ornamental, mas como fonte insubstituível de imagens e como uma das vias de levar o quotidiano à pintura.<br />
<br />
É uma temática antiga a que se vislumbra nestes trabalhos, do sofrimento, do caos e do medo, de personagens condicionadas por acontecimentos históricos, os mais diversos. Já não peregrinações, mas migrações a caminho de um exílio incerto. Quem melhor do que a artista em retiro para perceber estas deslocações?<br />
<br />
Estas podem ser as migrações provocadas pelos dramas humanos das acostagens nocturnas no sul de Itália, dos africanos sedentos de um lugar na Europa, das lutas religiosas e tribais dispersas pela África e pela Ásia, das revoltas nos países árabes, dos massacres fanáticos disseminados um pouco por todo o mundo, dos conflitos urbanos mal identificados. <br />
<br />
<i> Laura Castro in Ordem e Desordem do Mundo, Graça Morais: Prémio de Artes Casino da Póvoa 2011; Porto: Cooperativa Árvore, 2011, p. 136</i></blockquote><br />
<hr /><b>Centro de Arte Contemporânea Graça Morais </b><br />
<i>Rua Abílio Beça, 105</i><br />
<i>5300 – 011 Bragança</i><br />
<i>Tel: (351) 273 302 410</i><br />
<i><a href="mailto:centro.arte@cm-braganca.pt">email</a></i><br />
<i><a href="http://centroartegracamorais.cm-braganca.pt/">site </a></i><br />
<i><a href="https://www.facebook.com/pages/Centro-Arte-Gra%C3%A7a-Morais/260523080670113">facebook</a> </i><br />
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</div>Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11607805.post-53801452972164941162011-11-17T14:12:00.001Z2011-11-17T14:13:26.581ZNotícias inspiram exposição de Graça Morais<div><br />
</div><iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/0fel0pJjCt0?rel=0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br />
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A <a href="http://gracamorais.blogspot.com/2011/10/graca-morais-2011-caminhada-do-medo.html">exposição “A Caminhada do Medo”</a>, da conceituada artista plástica Graça Morais, é inspirada pelo sentimento de medo gerado pelos últimos acontecimentos na Europa e no Mundo e vai estar patente até 20 de novembro na Cooperativa da Árvore, no Porto.<br />
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in<i><a href="http://pt.euronews.net/2011/11/10/noticias-inspiram-exposicao-de-graca-morais/"> Euronews (PT)</a></i><br />
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</div>Joana Moraishttps://www.blogger.com/profile/11120598357777743250noreply@blogger.com1